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Adauto Borges |
A noite de domingo
começou com suaves acordes da guitarra de Adauto Borges, acompanhado por
trompete, baixo, acordeon e percussão. O instrumentista, que também tem se
dedicado ao violão, tocou em banda cover de Legião Urbana quando mais jovem.
Advindo de uma família com árvore genealógica musical, o artista acredita na
soma. “Colher os louros é uma incógnita. A gente sempre tem pretensão de
melhorar, de contribuir, mas a simbiose não vai rolar se eu estiver sozinho”.
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Carol Pereyr |
Carol Pereyr
assumiu o palco afetuosamente. Com cantigas de roda, levantou palmas. E com
variação de ritmos, surpreendeu ao cantar “Three Little Birds”, de Bob Marley.
A participação de Camyla Pereira, irmã de Carol, foi um belo encontro musical.
Outro momento bonito do show foi quando a artista entoou “Samba de Maria”. A
cantora, que já teve várias premiações nacionais, é parceira do pai, ao lado do
qual musica poemas. “Sou suspeita, mas é um orgulho. É muito natural para mim
trabalhar com ele”. Carol foi finalista de quadros do Domingão do Faustão e
ganhadora do troféu Lamartine Babo. Sua carreira teve destaque também na Áustria,
um dos principais palcos da música clássica europeia. “Uma vez eu estava
cantando uma música de Violeta Parra, me deu um branco. Mas o público soprou a
música para mim”, recordou a cantora um dos seus vexames.
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Gilsam Reggaeman do Brasil e Banda Airiyê |
Finalizando a
noite, o reggaeman do Brasil, Gilsam, expôs uma musicalidade dimensionando a
transformação social. “Eu penso muito como eu posso atingir, despertar o ser
humano. Comecei a compor nos anos 80, mas quando eu ouvi Bob Marley, percebi
minha confluência, e comecei a sintetizar as mensagens que eu queria passar”.
Na percepção do compositor, o reggae vem quebrando um paradigma. “Através da
arte, a gente consegue adentrar espaços. Com Dionorina e Jorge de Angélica fiz
um trabalho. A Trilogia do Reggae. E tocamos em trio, fizemos show em Salvador,
tivemos premiação. Já estive também em outros estados. Cada lugar tem sua
singularidade. A música rompe fronteiras”, concluiu ele.
Mais uma vez
presente no evento, o diretor do Museu de Arte Contemporânea Raimundo de
Oliveira (MAC), Edson Machado, avaliou o evento. Segundo ele, o apoio ao evento
aconteceu devido ao que o projeto vem proporcionando, principalmente a
frequência de jovens ao museu. “Deu certo. Com atrações que têm dificuldade de
encontrar espaço. E atende vários propósitos. Enquanto o projeto tiver fôlego,
eu acredito na perspectiva de que continue acontecendo. Quem sabe a fundação
Egberto Costa volte a apoiar. Merece permanecer”, opinou o diretor. Edson
considera o projeto vitorioso, visto que agrega enriquecimentos, como o
intercâmbio com artistas de outras cidades. “Foi uma consequência. E o museu
tem outras linguagens, de exposições, como a fotográfica sobre o índio. Quem
não conhece, eu convido para ver música de qualidade que preenche o domingo num
espaço central.”
Este projeto tem o apoio
financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda
e Secretaria de Cultura da Bahia. Em parceria com a Cúpula do Som, Museu
de Arte Contemporânea (MAC), Fundação Municipal Egberto Costa e Secretaria de
Cultura de Feira de Santana.
Por Laísa Melo
Fonte: Ascom /
Cúpula do Som
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