Larissa Luz, Xênia França e Luedji Luna / Foto: Caroline Lima |
Ritmos internacionais, MPB e sambas de roda estão entre os gêneros que se misturam no Carnaval do Pelô, por meio do projeto Três Artistas, do Governo do Estado, que promove encontros musicais e estimula novas parcerias no palco principal da folia, localizado no Largo do Pelourinho. Este ano, foram doze projetos selecionados. Dentre os destaques, a união e colaboração entre cantoras de diferentes gerações, que representam as histórias de empoderamento e resistência das mulheres negras, por meio dos shows Samba das Yabás, Aya Bass e Lindas e Pretas Carnavalizando. Os projetos reúnem, respectivamente, Maryzélia, Dona Chica do Pandeiro e Mestra Ana; Larissa Luz, Xênia França e Luedji Luna; e Nara Couto, Ellen Oléria e Paula Lima.
Legado – A noite de abertura da folia, na sexta-feira (01), às 21h30, será ao som do Samba das Yabás, que levará para o palco três mulheres de diferentes gerações unidas pelo samba. O show enaltece o feminino e o protagonismo das mulheres e das Yás no samba, gênero que se popularizou graças à resistência de mulheres negras, que nos terreiros realizavam reuniões com vários compositores e músicos, transmitindo os saberes e fazeres ancestrais do samba.
As canções de autoria de dona Dalva e de mestre Colerinho da Bahia fazem parte do projeto, que tem à frente Maryzelia Santos, a única voz feminina da maior roda de samba do mundo, reconhecida pelo Guinness Book, Projeto Criolice, no Rio de Janeiro, onde a cantora segue sua carreira. "Ecoar o nosso canto num espaço altamente historico e fortalecendo a nossa historia no que diz respeito o Samba é de suma importância e altamente gratificante”, destaca Maryzelia.
O público prestigiará o talento de Dona Xica do Pandeiro, compositora e instrumentista autodidata, matriarca do grupo Quixabeira da Matinha, de Feira de Santana. O show conta ainda com Mestra Ana, filha de Dona Dalva, e cantora do grupo Samba de Dona Dalva de Cachoeira.
Poder da nova geração – Ainda no âmbito do Projeto Três Artistas, as cantoras Larissa Luz, Luedji Luna e Xênia França unem as suas belas e potentes vozes em um projeto inédito que celebra o poder das mulheres negras na música popular baiana, brasileira e internacional. Trata-se do Aya Bass, nome que faz reverência ao termo yorubá Ayabas, que significa mãe rainha e designa às orixás femininas. As três artistas, que se destacam na cena da música brasileira contemporânea, se encontrarão neste carnaval para homenagear o canto de mulheres negras, muitas vezes invisibilizadas no mainstream. A apresentação no Largo do Pelourinho acontece na terça-feira, dia 05 de março, às 18h.
Expoentes da nova música baiana, as três artistas conquistaram espaço nacionalmente com um discurso e uma estética que abraçam o empoderamento feminino negro. Com os pés fincados nas raízes ancestrais, cada uma traz o arquétipo de uma yabá: Yansã, Oxum e Yemanjá, escolhidas para a narrativa.
A direção musical leva a assinatura de Larissa Luz e a banda é formada por Deise Fatuma e Nanny Santos, na percussão, Zinha Franco, no baixo e Suyá Nascimento, na guitarra e Ênio, na guitarra, programações e produção musical. Timbres modernos, beats dançantes e graves darão o tom das apresentações. Aya Bass quer reverenciar o poder das cantoras negras da Bahia e ressaltar o papel delas na construção de uma cena musical que sempre bateu de frente com o racismo estrutural da sociedade.
Chave de ouro – Atrações de encerramento do Carnaval no Pelô, as cantoras Ellen Oléria, Nara Couto e Paula Lima apresentam o espetáculo “Lindas e Pretas Carnavalizando”, na terça-feira (05), às 23h, no Largo do Pelourinho. O trio apresentará um repertório especial com releituras carnavalescas de suas próprias composições e de canções de grandes artistas nacionais e internacionais, que vão desde Filho de Rei, de Mateus Aleluia, músico de referência nascido no recôncavo baiano, até Crazy in Love, composta pelo casal pop afroamericano Beyonce e Jay-z.
“É uma honra cantar ao lado de artistas tão respeitadas e que possuem tanto amor pela Bahia em um projeto que dá, sobretudo, visibilidade para nós, mulheres negras, maioria no nosso estado. Para mim, como artista que acompanho há anos os trabalhos desenvolvidos por cantores, produtores, músicos, dançarinos, neste período tão importante que é o carnaval, realizo um sonho em cantar no Pelô”, compartilha a cantora baiana, compositora e bailarina, Nara Couto. E finaliza: “encantaremos a todas as pessoas, lindas e pretas como o eclipse da lua”, conclui parafraseando com trecho de seu primeiro single e sucesso.
“Sempre que volto à Bahia fico muito feliz. Cantar no carnaval é mais uma alegria. Estar neste lugar que me acolhe tanto é muito especial”, conta Ellen Oléria, cantora, compositora e apresentadora da TV Brasil. Nascida em Brasília, ela possui mais de 16 anos na estrada da música e acumula prêmios em festivais, 5 discos lançados e turnês realizadas pelo Brasil e mundo afora. Já para Paula Lima, artista paulista, e uma das percussoras da cena da mescla da MPB com o funk, no Brasil, e inspiração para muitas mulheres na música, estar na Bahia é também se conectar ainda mais com sua ancestralidade, como se “estivesse em casa”. Ela se apresentou no Carnaval do Pelô pela primeira vez em 2016.
Carnaval da Cultura – É o carnaval dos blocos afro, de samba, de reggae e dos afoxés, apoiados por meio do Edital Ouro Negro para desfilar nos três principais circuitos da folia: Batatinha, Dodô e Osmar. É a folia animada, diversa e democrática do Carnaval do Pelô, que abraça o carnaval de rua, microtrios e nanotrios, além de promover nos palcos grandes encontros musicais e variados ritmos numa ampla programação. Tem Afro, Reggae, Arrocha, Axé, Antigos Carnavais, Samba, Hip-hop e Guitarra Baiana, além de Orquestras e Bailes Infantis. Promovido pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura (SecultBA), o Carnaval da Cultura é da Bahia. O Mundo se Une Aqui!
Fonte: Secult BA
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