A noite de 22 de março começou com música e poesia. Nana
Caymmi, Amelinha e Vander Lee fizeram
parte da apresentação da cantora Marcia
Porto. Demais intervenções artísticas aprofundaram a noite, com encenações,
palestras, dança e mais música.
As professoras Ana Paula Diório (UFRB) e Caroline
Vasconcelos (UEFS), respectivamente docentes dos cursos de Biologia e
Filosofia, contribuíram para a discussão sobre identidade feminina. “Esse
debate está acirrado. Com a questão da intolerância, do feminicídio e outros
âmbitos fica impossível não cair no debate sobre o poder. Vivemos em uma
sociedade machista e patriarcal. Falta liberdade. E essa foi uma estrutura
estabelecida na sociedade brasileira. O ensino superior é levado justamente
nesse quesito para tratar sobre direitos humanos. É uma forma de repensar”, afirmou Ana Paula,
que também opinou sobre o caso Marielle Franco, ao dizer que a vereadora morta
representava a voz de milhares de mulheres.
Já Caroline reiterou o preconceito na maneira de pensar o
corpo feminino. “Há uma predisposição dentro de uma ótica de domesticação. Uma
construção histórica perpassada por prejulgamentos. Existe uma irracionalidade
enrustida e acontece o assédio de várias formas”, concluiu ela, que ainda
discorreu sobre a falta de valor como a mulher não estar apta para funções e a
quase nulidade da condição feminina com um machismo acentuado, principalmente
no Nordeste”.
Trupe Mandhala. Luzes
surgiram para a exibição de uma dança tribal ritualística. As apresentações de
Viviane Macedo E Mary Braga, integrantes da Trupe, permitiram uma interpretação moderna do
corpo. A expansão da dança, segundo Viviane, vive no dia a dia com micromachismos.
O trabalho das componentes acontece já há algum tempo. Um dos festivais mais
pautados na Bahia, a mostra “Casa Aberta”, irá ter a participação do grupo, que
se conheceu em uma turma de biodança. Mary Braga relatou que a dança começou
como entretenimento, admiração. E depois adveio o poder da descoberta. Antes de
subirem ao palco, Viviane afirmou “Que a liberdade seja nossa própria
substância”.
Essa que vos escreve também fez uma intervenção. Emocionada,
devido ao evento em si e por também ter sofrido preconceitos, chorei antes do
depoimento. Meu objetivo naquele momento foi dar voz às mulheres presentes. E
eu não podia deixar de intensificar que as mulheres não devem se calar diante
de algumas realidades. O abuso sexual vem acontecendo diariamente. E apesar das
estatísticas, os índices são maiores.
Depois disso o grupo continuou comigo, Vika, Lyara e Andrea. 2 solos de tribal fusion. A dança começou como entretenimento.
Sempre admirei a dança. O poder de descoberta. Que a liberdade seja nossa
própria substância.
Bianca prado – estudante , maravilhoso, contribui pra gente
entender não empatia com o sexo feminino, a todo momento com parentes sofro
preconceitos, deveria entender como a mulher é inferiorizada, não pode ter voz,
não pode falar. Onde homem trabalha e mulher é submissa. Todo momento
culturamente com esse ápice podendo falar sobre empoderamento. Nossas mães e
avós passam e passaram por isso. Estamos procurando o melhor, nos reunindo.
Tirar esse estigma. Respeito a gente oferece ao outro o que a gente tem de bom.
A sensibilidade com o outro é importante.
Fernando Moraes – já estive na Cúpula, cultura, diversidade,
ideias, conhecer fatos, realidades. Mulheres como seres humano independente de
sexo. A gente vê em muitos lugares. Por uma causa na luta, Mariele ainda é
colocada como culpada pela mídia. Professor.
Marcia Porto – não há mais tempo para preconceito, espaço,
calar a mulher em todos os sentidos. Pra pedir respeito. Não existe
preconceito. Basta. Não tem mais porque se calar. Tem que existir um novo
olhar. Tudo começa pela liberdade de cada um.
Kareen Mendes – direito de ir e vir. Não pode passar por uma
rua sozinha. As pessoas vão falar mal de você. Todo dia a gente tem que estar
levantando a voz para ter acesso a algo. Já aconteceu de ser feita liberação.
Liberação feita pra dirigir o carro da instituição. Não foi feita pra mim. Isso
é preconceito. Projeto feminina, 20 anos de música. Terminei o ano com o single
carne Nobre”. Músicas minhas e de alguns parceiros. Presente de mim para mim
mesma. Esse ano sai. O clipe. E o trabalho continua. Já fiz show na Cúpula. A
Cúpula do Som é o melhor palco. Equipamento de som. Ambiente. As mesinhas, os
palcos mais baixos. Lugar que eu gosto muito de vir como público e como
cantora. Inicio do ano show com Tito Pereira. Fiz um show chamado Subversiva.
Músicas contemporâneas e da década de 60. Porque eu gosto de diversificar.
Sal - a gente continua se encontrando, fazendo música,
processo de concluir o segundo disco,
mas trabalho mais demorado, demanda mais atenção. Outros projetos junto.
Disco numa fase final de realização. Mais do que lançado. Já tocamos musicas de
um projeto futuro. Fazer ecoar o que fazemos. Arranja e dá voz à música. A
gente não busca pertencer a nenhum rótulo. Vivenciar o que buscamos. Aberto a
acontecimentos artísticos do que nos toca. Arte e musica é muito do processo de
afetação. Novos elementos é inevitável. Vigor próprio. produto final é
positivo. Conhecendo a música ali. A cúpula abriga projetos e fomentar a cena
cultural na nossa cidade. Alinhar os interesses casa de cultura que pretende
fomentar. Tempo pra família, situação que esta reclusa para vivenciar aquilo.
Fator tempo muda. Fica escasso. Projetos de rock, MPB, Forró, samba, eventos de
natureza corporativa, acadêmicas. Projetos continuam.
Simone Raisllan – esse tema eu venho trabalhando há algum
tempo. Evento fantástico. Dança, pintura, música, palestra sobre o feminino.
Monte de tabus, amarras, tabus em relação a mulher. Eu pinto sobre isso há
algum tempo. Profissionalmente faz uns 4 anos. Trabalhando com moda um tempo. A
pintura eu queria desde o início. Há dois anos atrás eu comecei a trabalhar o
feminino. Minhas primeiras telas já era parecido com o que eu faço hoje. As
vezes surge uma pintura do nada, as vezes penso em uma historia, ancestrais,
historias. Não so viver fechada para o mundo de hoje. Maneira de expressar.
Expus essa arte no Cuca, arte menstrual. O intuito é que nascemos assim. Faz
parte da nossa fisiologia. Acho magnífico. Natureza viva fala de que tudo se
transforma hoje em dia tudo se transforma. Somos parte da natureza. Reflexão
com músicas maravilhosas. De todas as raças, feridas ou não, muitas histórias
diferentes. Abrir caminhos e seguir em frente. Unidas umas às outras.
Enviado por Laísa Melo.
Fonte: Ascom Cúpula do Som
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