diztravando

Próximo dia 22 de dezembro, às 20 horas, no espaço cidade da cultura com entrada franca. O livro Diztravando narra entraves do cotidiano em que o autor de forma lúdica e ás vezes solene da uma lição de civilidade e nobreza aos desavisados que tentam obstruir sua caminhada. Uma resposta a altura aos desaforos do dia a dia.
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Sobre o autor
Luciano dos Anjos é natural de Feira de Santana, estudante de teologia, poeta, letrista, “Travador”. Colabora com trabalhos dele em jornais, revistas e blogs, e é arte colunista do Portal Terra de Lucas.

Publicou em 2008 o livreto de “trava”: Dosanjos e as travas. Em 2009 O alpinista de estrelas; em 2010 o Diztravando. Publicou em 2011 o livreto de poemas Vereda insólita, e no ano atual O arguidor.

Participou do premio Castro Alves de literatura 2011 e do concurso Brasileiro de poemas 2011 da editora Meira Lopes. Integrou em 2011 uma seleção internacional de Antologia Peruana em homenagem ao poeta Cesar Vallejo. Em 2012, a Antologia Espanhola em homenagem ao poeta Miguel Hernández. Participou do Festival de música gospel Vozes da terra 2012 e teve uma canção em parceria selecionada na Mostra de musica do SESC 2012. Têm vários livretos publicados. Participou da 22 mostra de poemas em Governador Valadares – MG, no concurso: uma poesia em cada arvore.

Resenha do livro por Marvim Mota


Você já deu uma trava em alguém?
Se assim como eu, você até o momento desconhecia a expressão, irei tentar explicar... Trava é aquela resposta de contra-ataque que usamos em situações desagradáveis, algumas vezes para nos defender, outras para simplesmente abalar o ouvinte. Acredito que cada região deva ter atribuído um nome a tal atitude. (Eu, até o momento, conhecia como “queimada”).

Pois bem, “Diztravando” de Luciano dos Anjos, reúne ao longo das paginas um conjunto de travas. Achou simplório e despretensiosamente bobo? (Sim, essa foi minha primeira impressão ao ver o tema central) Aconselho a não se precipitar, pois o livro é surpreendentemente envolvente, de uma leitura agradável e inacreditavelmente reflexiva.
As historias do Travador (figura que aparece com outros nomes ao decorrer do livro, distribuindo farpas filosóficas a todos) são narradas em forma do que vou chamar de mini-contos. Os casos não passam de dois parágrafos, e isso da a sensação de que se está lendo os melhores momentos de um conto.

A linguagem poética do autor ajuda a romancear as situações cotidianas dos mini-contos (algumas com fortes sinais de veracidade, o que a meu ver, torna a leitura ainda melhor), as travas rendem risos e constrangimentos (em nome das vitimas do Travador). No entanto, são as sacadas filosóficas que me chamaram a atenção. Nas entrelinhas, “Diztravando” é um livro que utiliza de curtas historias cotidianas para instigar o leitor, não de forma superficial, mas no profundo, levando-o a analisar não apenas a sociedade (retratada aqui em toda sua futilidade e hipocrisia), mas a si mesmo, sobre seu conceito de vida.

É um livro curto, e talvez aqui se encontre o seu defeito. Envolver o leitor nas palavras ríspidas e filosóficas do Travador e despedir-se de súbito, deixando-nos refletindo solitariamente, ansiando por mais travas.