Sábado atracou no porto do calendário Vestindo o céu de concreto com nuvens de saudades Os pagodeiros engarrafaram as ruas ferindo o silêncio Os bares estão abarrotados De seres sencientes encenando novelas repetidas As taças de cerveja sobejam Sorrisos perecíveis
A tarde dói enquanto a poesia não vem Uma angústia de morte embarga a voz Sigo para o campo em busca de abrigo E na pedra do silêncio acendo uma fogueira Para queimar as lembranças dessa tarde mórbida
O vento forasteiro perpassou minha alma Como uma espada aguda E eu não queria ser poeta nesse mundo hostil Queria ser um pardal que segue a esmo Embalado ao doce rumor dos ventos Saboreando o banquete da vida.
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