Durante os primeiros meses deste período pandêmico, a Coletiva de Teatro Insurgente passou por diversas reformulações, investigações e atuações. A companhia retoma estudos de textos já encenados a partir das ações de leitura em coletiva e do STÚDIO A, iniciativa que contou com a atuação de diversos artistas convidados. Esse ano a companhia também escreveu TRAVESSIA, texto que será encenado ao vivo na próxima terça-feira (22), às 20 horas, no canal da Coletiva no YouTube (TV COLETIVA de Teatro Insurgente).

 

De autoria coletiva, esta obra surge a partir da devoração da linguagem antropofága de Oswald de Andrade, das vísceras de Grande Sertão: Veredas de João Guimarães Rosa e da pulsão vital-teatral de A Gaivota de Anton Tchekhov, que são fundamentos da companhia que atua desde 2018 na cena teatral de Feira de Santana. TRAVESSIA é uma peça radiofônica dividida em três atos que faz pontes entre o passado, o presente e um futuro desconhecido. A obra traz questões ligadas ao meio ambiente e à importância da preservação da memória.

TRAVESSIA aponta uma visão de mundo ampla, circular, onde o indivíduo, a sociedade e a natureza não estão separados. O texto faz ligações entre esperança e destruição, começo e fim, vida e morte, trazendo fatos que se repetem de tempos em tempos graças à ação humana. Ambientada no sertão do Nordeste, TRAVESSIA apresenta novas formas de olhar o mundo. O texto coloca em cena a sabedoria do corpo que ocupa o espaço, que envolve o uso de todos os sentidos para se permitir afetar e refletir sobre questões ligadas à vida. A proposta é que a leitura seja uma jornada coletiva, feita pelos atuadores em comunhão com o público. 

Nesta leitura será colocada em cena e em íntegra o texto, com os atuadores teatrais da companhia e aliados vitais para a realização desta obra ao vivo. Além da encenação, haverá também um bate-papo com os atuadores sobre o processo de escrita e ensaios. Cada atuador estará em sua casa, se resguardando de uma atuação física por conta da segunda onda da Covid-19, que se alastra em Feira de Santana, contracenando com esta nova forma de realizar obras artísticas no plano virtual.

 

A Coletiva de Teatro Insurgente

Localizada na sertaneja cidade de Feira de Santana (BA), a Coletiva de Teatro Insurgente tem como fundamento a linguagem antropofágica de Oswald de Andrade e a roseana, de Guimarães Rosa. Desde 2018 a companhia incorpora em seus trabalhos de teatro-ritual a música, as artes plásticas e a dança em processos de co-criação entre artistas.

A Coletiva iniciou seus trabalhos com a apresentação de Cenas Negras Insurgentes no Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Em 2019, a Coletiva apresentou Leituras Dramáticas em Tempos Urgentes, no Centro de Cultura Amélio Amorim, e a cena curta “Para Ver a Luz do Sol” no Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira (MAC). No mesmo ano, a companhia realizou o projeto Conversação Cênica, fruto do intercâmbio artístico-cultural realizado pelo encenador, produtor e diretor de arte Joel Carlos no Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC).

Esse ano a companhia promoveu a ação Conversação Cênica & Leituras em Coletiva, com leituras dramáticas e ciclos de lives com artistas convidados. Além disso, o grupo teatral deu início ao projeto A Miragem, uma revista em formato de vídeo que convidou profissionais ligados às artes cênicas. A Coletiva conta com uma estação de rádio no Spotify (Rádio Coletiva) e um canal de TV no Youtube (TV COLETIVA de Teatro Insurgente), com interpretações de textos de autores como Conceição Evaristo, Marcelino Freire e Waly Salomão.

A Coletiva de Teatro Insurgente possui perfil no Facebook (@coletivadeteatroinsurgente · Produções teatrais) e no Instagram (@coletivadeteatroinsurgente). 


SERVIÇO

 O QUÊ: Leitura-encenada: TRAVESSIA

QUANDO: 22/12

HORÁRIO: 20H

ONDE: tv coletiva de teatro insurgente (youtube)

 

FICHA TÉCNICA

DIREÇÃO: Joel Carlos

ATUAÇÃO: Débora Almeida, Fredson Martins, Joel Carlos, Mailson Santana e Raphael Tedesco

DIREÇÃO DE TRANSMISSÃO: Joel Carlos

ARTE: capa do livro grande sertão: veredas por poty lazzarotto

EDIÇÃO Joel Carlos