Por: Adilson Simas
Com passagem por vários jornais e revistas da
cidade, fundador e atual chefe de redação da TV Subaé, o jornalista Marcílio
Costa ressalta em artigo a importância para Feira de Santana, o advento há
quase três décadas, em junho de 1988, da emissora afiliada a Rede Globo de
Televisão. Vale a pena ler de novo o artigo “Tv Subaé, uma história de
sucesso”, do premiado profissional da comunicação.
- Feira de Santana antes e depois da TV Subaé.
Certamente não é nenhum exagero fazer esta divisão dada a importância da
chegada da primeira emissora da Rede Globo ao interior da Bahia em primeiro de
junho de 1988. A TV Subaé representou não apenas a conexão do sertão baiano à
maior rede de TV do pais. Foi muito mais do que isso se a gente levar em conta
o que ela traduziu para a economia, a cultura, o esporte e para a vida da
cidade como um todo, que a partir dali pode dar vez e voz a suas demandas e
passou a contar com uma aliada para todas as horas.
Foi marcante realizar o primeiro debate ao vivo com
os candidatos, assim como foi determinante e emocionante divulgar as primeiras
pesquisas eleitorais. Um tempero que elevou a temperatura eleitoral às altura.
De outro lado, os partidos políticos tendo que conviver com o horário eleitoral
gratuito na telinha. Os grandes comícios davam lugar aos embates eleitorais,
algo totalmente novo para os candidatos. Colbert Martins e Sergio Carneiro
protagonizaram este embate com a vitória do ex-prefeito numa disputa fantástica
que entrou para a história política do município.
O comércio de Feira, que já era o carro-forte da
economia do município, ganhou um impulso extraordinário. O comerciante de Feira
poderia a partir daquele momento anunciar na maior rede de televisão a um custo
muito inferior ao que era disponível antes. Mágica? Nada. Era uma questão
matemática resolvida pela regionalização da TV. Até então uma empresa de Feira
só tinha como anunciar nas emissoras da capital, mas o custo era fora da
realidade local. Pagava-se o preço de falar com o Estado inteiro quando a
necessidade era falar com quem morava em Feira e região. A conta não fechava e
não valia o investimento porque o retorno não seria suficiente para cobrir os
custos. Por isso, eram poucas empresas que utilizavam este recurso e mesmo
assim esporadicamente.
Ter uma emissora regional resolveu o problema e
abriu a possibilidade de anunciar até para lojas de menor porte. O resultado
imediato que só uma emissora de TV com a força da Globo poderia trazer era o
que o mercado precisava e a TV Subaé se tornou uma aliada não só desse segmento
da economia. Temos história de empresas que cresceram a partir da chegada da TV
Subaé e anunciam na emissora desde o primeiro momento.
Se existia empresa para anunciar, precisava de
agência de publicidade para produzir o material. Começava uma verdadeira
revolução no mercado publicitário. Antes restrito a duas ou, no máximo três
agências, o número atual pode ser contado em dezenas. Gerou emprego para muita
gente e a força que o mercado precisava para que nascessem agências de
qualidade, bem como produtoras e outros profissionais envolvidos com o mercado
de comunicação. Não é à toa que a cidade tem dois cursos de publicidade. Sem
medo de errar afirmo que a chegada da TV Subaé foi determinante para esta
realidade no mercado de comunicação que temos atualmente na cidade.
A arte e a cultura de Feira são um capítulo à parte
nesta história. Desde o primeiro momento a TV Subaé abriu todo espaço para
mostrar nossos artistas. Apoiou e apoia todas as manifestações, seja
institucionalmente através de seus projetos ou, principalmente, nos telejornais
da emissora, onde a diversidade de manifestações é uma marca que sobrevive
nestes 26 anos.
O jornalismo também é outro em Feira após a chegada
da TV Subaé. Lembro a dificuldade para formar profissionais nos primeiros
momentos. Eu mesmo sou fruto dessa nova realidade, visto que minha experiência
era toda com impresso. Fazer parte da equipe desde o primeiro momento, quando
aqui chegaram os profissionais da Globo que treinaram os primeiros
profissionais locais e formaram a equipe inicial do jornalismo da TV Subaé, me
permite traçar um paralelo entre o antes e depois. Já tínhamos uma imprensa
forte, principalmente através do pioneirismo do Jornal Feira Hoje. Mas a TV
Subaé deu a oportunidade para que todos nós avançássemos no aperfeiçoamento da
profissão. E isso se multiplicou através dos profissionais formados ali, que
espalharam a experiência para outros veículos.
De Feira para o mundo. A TV Subaé abriu as portas
para mostrar as coisas de Feira para o Brasil e também para outros países
através da Globo Internacional. A nossa Micareta ganhou muito mais com esta
exposição. Entramos ao vivo no Faustão, no Fantástico, matérias em todos os
telejornais da rede. Certamente ajudou a espalhar a festa para outras regiões
do país. Nestes 26 anos foram inúmeras as vezes que a TV esteve presente no
noticiário nacional.
Lembro-me de matérias como o “Pelotão Mundico”,
criado pelo Exército com meninos; a orquestra de violino que tinha aula no
quintal da casa do maestro, isso sem falar nas incontáveis vezes que estivemos
presentes no Globo Rural. Como esquecer a cobertura do sequestro comandado por
Leonardo Pareja que atraiu a atenção do Brasil inteiro durante três dias?
A TV Subaé nasceu com 14 municípios, mas hoje chega
a mais de 50 e atinge uma população de 2 milhões de pessoas com seu sinal
digital já difundido para a região. Desde 1998 integra a Rede Bahia, numa
associação com o Grupo Modesto Cerqueira. A TV Subaé chegou a Feira através do
empenho do empresário Modezil Cerqueira, um verdadeiro idealista que se
empenhou com todo o seu empreendedorismo para implantar o sinal da Globo. Ele
dotou a cidade de uma emissora que nós podemos nos orgulhar não apenas pela sua
qualidade tecnológica. Desde os primeiros passos obedecemos a uma diretriz
fundamental: a ética.
Não foi à toa que em seu primeiro pronunciamento no
programa inaugural da emissora ele firmou compromisso pela verdade. Nada mais
que a verdade.
Fonte: Secom (PMFS)
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