#HistóriaDeFeira
Por: Adilson Simas
Em 25 de março de 1868, um grupo de moradores da
Princesa do Sertão, objetivando contribuir como desenvolvimento cultural de
nossa cidade, resolveu criar uma sociedade filarmônica, que seria denominada de
Sociedade Filarmônica 25 de Março. Com sua primeira diretoria formada por João
Manoel Laranjeira Dantas, Eduardo Franco, Afonso Nolasco, Antônio Joaquim da
Costa, Alípio Cândido da Costa, José Pinto dos Santos (Cazuza do Deserto),
Joaquim Sampaio, Francisco Costa, Galdino Dantas, Juvêncio Erudilho, José
Nicolau dos Passos, Alexandre Ribeiro, Joviniano Cerqueira, Pedro Nolasco Néu e
Tibério Constâncio Pereira, a sociedade representa no imaginário de todos que
aqui residem, um ícone em nossa história, que sempre traz uma doce lembrança na
vida de milhares de feirenses, que tiveram o privilégio de ouvir as suas
retretas em nossas praças e em todas as festividades comemorativas que por aqui
aconteciam. Não se pode falar de filarmônicas em nosso Estado, sem incluir nos
comentários e/ou matérias jornalísticas, a grande filarmônica dirigida pelos
Maestros Estevam Moura e Tertuliano Santos, que, em seus tempos de glória,
encantou a todos.
Um grande questionamento que vem sendo realizado
nos dias atuais, é sobre as razões do nome da entidade. Acredito que a
motivação foi uma homenagem à data da outorga da l Constituição Imperial do
Brasil, em 25 de Março de 1824, já que a mesma foi fundada no período da
monarquia. Apesar desta minha opinião, realizei algumas buscas, em escritos da
sociedade e nada encontrei. Por outro lado, durante a pesquisa que realizei,
nos poucos documentos recuperados e no Cartório de Registros de Títulos,
Documentos e das Pessoas Jurídicas, encontrei a certidão de nosso primeiro registro
e pude verificar que o primeiro estatuto foi registrado em 30 de Novembro de
1921 e no mesmo consta o seguinte: A Sociedade 25 de Março, cujos fins são:
Cultivar e desenvolver a arte municipal, formando dentre os seus associados uma
banda de música e socorrer os sócios que por moléstia ou qualquer outra
circunstância prevista no estatuto se declararem impossibilitados de promover
os meios de sua subsistência. A sua sede é nesta cidade de Feira de Sant’Anna,
em edifício proprio, à Rua Cons. Franco, nº 33. Apesar destas evidencias, não
descansarei enquanto não encontrar o registro de nossa Certidão de Nascimento
(Ata de Fundação) ou, na pior das hipóteses referências para que possamos
reescrevê-la.
Sempre teremos abnegados que
estarão prontos a ajudá-la a seguir em frente e repetir com galhardia
conquistas que muito dignificaram os feirenses. Como podemos esquecer as
conquistas que tivemos, nos Concursos realizados, durante as Festas de Senhora
Santana, nossa Excelsa Padroeira, onde quase sempre tiravamos o primeiro lugar,
nas disputas com as sociedades coirmãs? Como esquecer a conquista do Troféu
WERIL, com uma exibição de gala, durante a realização no 4° Festival de
Filarmônica do Interior, em 1978 e promovido peça SETRABES? Se fosse contar
aqui todas as conquistas da sociedade, não teria espaço suficiente. Entretanto
não teria como deixar de relembrar o 1° Campeonato Nacional de Bandas,
realizado no Rio de Janeiro e promovido pelo MEC- Ministério de Educação e
Cultura, através da Fundação Nacional de Arte - Funarte e pela Rede Globo de
Televisão, através de um programa realizado aos domingos, chamado Concertos
Para Juventude. Este campeonato tem registros que narram uma instituição
altamente injustiçada com a nota atribuí da pelo Maestro Júlio Medalha,
colocando-a em 3° lugar, com a nota 8,5. Na disputa a nossa banda foi ao Rio de
Janeiro, sob o comando do Presidente João Domingos Barbosa Doute, com os
seguintes músicos: Alfredo, Toninho, Arcanjo e Jacinto (tubas); Zequinha, José
Ferreira ,Agostinho, Farias e Francisco (trombones); Nagib, Gilberto, Elias,
Valdomiro, Zabidiel (pistons); Dé, Wilton, Aquino (trompas); Bento, Chicão,
Ferreira e Carlito (saxofones); Tupinam (sax barítono); Braga, Eloi, Ulises,
Otoniel, Humberto, Nivaldo e Bonfim (clarinetas); Nilo (requinta); Raimundo
(caixa); Rafael ( flautim); Saul (pratos); Aloísio (bumbo); Raimundo (tambor).
Afilarmônica teve como regente o Maestro Claudeniro Daltro (Maestro Miro).
Nunca uma instituição cultural divulgou tanto o nome de nossa cidade como a
Secular Sociedade Filarmônica 25 de Março.
Como escrever sobre a Secular Filarmônica 25 de
Março e não registrar os talentosos Maestros Tertuliano Santos e Estevam Moura?
Com uma grande produção musical, os dois gênios deixaram para as futuras
gerações de músicos, um incontável acervo de partituras que vêm sendo
utilizadas por filarmônicas e pelas escolas de músicas em todo país.
O processo de revitalização da Secular Filarmônica
25 de Março, indispensável para rejuvenescimento e futuro da mesma, foi
iniciado em 07 de agosto de 2014, com a aula inaugural da Escola de Música
Maestro Estevam Moura. Esta escola, um sonho do maestro, foi concebida para
manter vivo o seu projeto de formar jovens músicos para compor o corpo musical
da sociedade, promover o ensino e a divulgar a música, que além de humanizar e
sociabilizar, ajuda a desenvolver a coordenação motora, o raciocínio e os
auxilia até mesmo a compreender melhor a vida.
Como todo sonho para ser implementado, precisa ter
ações concretas para sua realização. Buscamos na comunidade feirense, o apoio
para aquisição de todo instrumental da escola e o resultado não poderia ser
outro, conseguimos em quinze dias arrecadar os valores necessários para
aquisição do mesmo. Isto é uma prova inconteste do amor que o povo de nossa
cidade tem pela Secular Filarmônica 25 de Março.
Por outro lado, estamos contando com a colaboração
voluntária do Maestro Antônio Carlos Batista Neves Júnior, que vem comandando
com muita eficiência a formação e preparação dos 23 jovens músicos, utilizando
para tanto o método de ensino do Professor Joel Barbosa, com aulas
vespertinas, às segundas, quartas e sextas- feiras no Centro Comunitário
Ederval Femandes Falcão.
Nesta luta incansável pelo resgate da Sociedade
Filarmônica 25 de Março, temos um grande desafio, a restauração da sede da Rua
Conselheiro Franco. O primeiro passo já foi dado, a elaboração do projeto para
recuperação do telhado e logo em seguida irá executar o projeto. Após a reforma
do telhado, começaremos a busca para a aprovação do projeto para reforma total
da edificação, através dos programas de incentivos fiscais dos governos federal
e estadual. O sonho de nossa entidade é restaurar o velho prédio, para
devolvê-lo à comunidade feirense em todo seu esplendor.
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