Foto: Lázaro Menezes


Considerado referência para pesquisadores de patrimônio e arquitetura no Brasil, única experiência semelhante no país, o ‘Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia’ é considerado a ‘bíblia dos arquitetos’ segundo a especialista Vivian Lene Lima. “Ouvi isso de técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)”, afirmou a arquiteta Vivian, que participou dos trabalhos do inventário desde a década de 1970, e proferiu palestra no dia 06 de julho sobre o tema, no Pelourinho. Arquitetos, engenheiros, educadores patrimoniais e pesquisadores marcaram presença.

A palestra integra o ‘Calendário do Cedom’ do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) que promove até 26 de julho programação (confira aqui: http://goo.gl/Iao8lz) de cursos e oficinas gratuitas. O Cedom/IPAC fica na Rua Gregório de Mattos, nº29, Pelourinho. O ‘Inventário’ reúne pesquisa e catalogação das principais edificações barrocas da Bahia e foi editado em sete volumes, entre 1975 e 2002, pela coordenação de Fomento ao Turismo da então secretaria estadual da Indústria. Desde os anos 2000 a guarda e responsabilidade desse trabalho passou para o IPAC.

O inventário reúne as arquiteturas religiosa assistencial, militar, de funções pública e privada, industrial e agrícola. Os sete volumes fazem levantamentos de Salvador, Recôncavo (partes 1 e 2), Serra Geral e Chapada Diamantina, Litoral Sul, Mesorregiões Nordeste, Vale São Francisco, Extremo Oeste Baianos e Região Pastoril.

ÚNICO NO BRASIL Apesar de ter sido iniciado 30 anos atrás, o ‘Inventário’ é considerado único no país, pois nenhum estado ou instituição conseguiu catalogar tantos dados, com rigor técnico e metodologia. “Iniciativas semelhantes foram pensadas no Brasil, mas nenhuma conseguiu ser realizada”, disse a arquiteta Vivian na palestra. A criação do inventário começou da necessidade de catalogação dos bens culturais da Bahia.

“A metodologia foi baseada no Inventário Europeu (IPCE)”, esclareceu Vivian, que integrou o projeto coordenado pelo arquiteto Paulo Ormindo de Azevedo. Com a publicação, a Bahia tornou-se o primeiro e único estado do Brasil com inventário sistemático de proteção do acervo cultural edificado catalogado de forma completa.

MEMÓRIA VIVA“Na palestra conhecemos as particularidades e dificuldades do projeto. Vivian é memória viva disso. O inventário me acompanhou desde meu primeiro estágio e continuo a utilizá-lo até hoje”, revelou o arquiteto José Carlos da Mata, presente na palestra. Segundo Vivian, depois da catalogação, os proprietários dos imóveis passaram a cuidar mais das suas propriedades. Para a arquiteta Ligia Larcher, também presente no evento, “o inventário é de grande valia, pois os arquitetos o utilizam para levantar dados sobre monumentos, e muitas vezes o consultamos antes de iniciar nosso trabalho”, comenta.

O ‘Inventário’ também conhecido como IPAC/SIC teve seu primeiro volume lançado em 1975 e se tornou instrumento técnico-administrativo de referência para a valorização e preservação do patrimônio cultural baiano. Seus volumes impressos estão disponíveis para consulta em várias bibliotecas locais, nacionais e internacionais. O IPAC disponibiliza consulta na sua Biblioteca Manuel Querino, na Rua Gregório de Mattos, nº29, Pelourinho. Aberta em horário comercial. Mais informações: (71) 3116-6945 e cepa.apoio@ipac.ba.gov.br. Acesse o site www.ipac.ba.gov.br, facebook ‘Ipacba Patrimônio’ e o twitter ‘@ipac_ba’ e instagram ‘@ipac.patrimonio’.


Assessoria de Comunicação – IPAC
Jornalista responsável Geraldo Moniz de Aragão (DRT-BA nº 1498)
Coordenação de Jornalismo e Edição: Marco Cerqueira (DRT-BA nº 1851)
Texto-base e entrevistas: jornalista Ana Paula Nobre (DRT-BA nº 3638)