Everton Nery
Em meio ao calor das fogueiras que tão arretadas,
As almas se juntam, numa dança danada,
Santo Antônio, São João e São Pedro a brilhar,
Guardam os segredos do céu e do nosso lar.
A sanfona toca, e o forró ecoa no ar,
Os ritmos da vida começam a pulsar.
Entre risos e cantos, na dança a girar,
As histórias se entrelaçam, como o tempo a passar.
No manto da noite, as estrelas a olhar,
As tradições se entrechocam, em festa popular.
O milho se transforma em pamonha e canjica,
E o amor se revela em cada simpatia mística.
Mas tem uma filosofia nas danças e nos rituais,
Um lembrete da porra nas lutas ancestrais.
Resistir à solidão que o mundo impõe,
Celebrar a coletividade que o coração compõe.
As fogueiras queimam não só o milho não,
Mas também as dores que trazemos no coração.
A cada estalo de lenha a crepitar,
É um grito de liberdade que começa a ecoar.
Assim, nas festas juninas, sob o céu enluarado,
Revelamos os mitos que nos têm sempre ligados.
Uma dança de almas que busca despertar,
O poder da união que nos faz resistir em nosso lar.


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