Foto: Matheus Bertelli (Pexels)


Everton Nery


Em meio ao calor das fogueiras que tão arretadas,  

As almas se juntam, numa dança danada,  

Santo Antônio, São João e São Pedro a brilhar,  

Guardam os segredos do céu e do nosso lar.


A sanfona toca, e o forró ecoa no ar,  

Os ritmos da vida começam a pulsar.  

Entre risos e cantos, na dança a girar,  

As histórias se entrelaçam, como o tempo a passar.


No manto da noite, as estrelas a olhar,  

As tradições se entrechocam, em festa popular.  

O milho se transforma em pamonha e canjica,  

E o amor se revela em cada simpatia mística.


Mas tem uma filosofia nas danças e nos rituais,  

Um lembrete da porra nas lutas ancestrais.  

Resistir à solidão que o mundo impõe,  

Celebrar a coletividade que o coração compõe.


As fogueiras queimam não só o milho não,  

Mas também as dores que trazemos no coração.  

A cada estalo de lenha a crepitar,  

É um grito de liberdade que começa a ecoar.


Assim, nas festas juninas, sob o céu enluarado,  

Revelamos os mitos que nos têm sempre ligados.  

Uma dança de almas que busca despertar,  

O poder da união que nos faz resistir em nosso lar.