Everton Nery
Em cada passo, uma jornada intelectual,
Nas estradas que cruzam terras distantes,
A alma anseia, num flerte casual,
Saudade antecipada em tempos errantes.
Em Angola, pátria de sonhos alados,
Antes mesmo do abraço, já sinto o vazio,
Lembranças de lágrimas, risos guardados,
No peito, o anseio, um grito fugidio.
A terra, que aqui toquei, já é lar,
No pulsar das palavras, ritmos dançantes,
Raízes de um pertencer a palpitar,
Mesmo distante, ecoam vozes constantes.
Saudade, essa dança de afetos e dores,
Antes de partir, já sou parte do chão,
Em cada suspiro, vejo mil cores,
Em Angola, pertenço, mesmo sem a mão.
É no sentir antecipado que pertenço,
Na saudade que acena antes do regresso,
Em cada verso, ecoa o pertencimento,
Angola, em mim, é raiz, é recomeço e apreço.
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