Everton Nery
Não se nasce professor ou professora.
Tornar-se professor/a ao sermos ensinados/as
Kant afirmou que não se pode ensinar filosofia,
Mas apenas ensinar a filosofar.
Podemos assim compreender,
que não se pode ensinar, no sentido de transmitir
conteúdos de docência, mas apenas ensinar a professorar.
Professorar não é a única relação que se pode manter
com aquilo que chamamos de docência.
Professorar é um verbo que aponta
Tanto uma atividade como seu fruto.
Assim, então:
Como se torna um/a professor/a?
Tornar-se professor/a é um mergulho no mundo,
Tudo entre o caos e o cosmos
Uma busca constante pelo que o coração exala.
Não se aprende apenas em livros ou escola,
Mas nas lágrimas, nos sorrisos, nas boas horas.
Eis o caminho de Kronos, mas também de Kairós
É um caminho íntimo, às vezes solitário,
Mas inevitavelmente solidário,
Onde a luz da sabedoria é um farol necessário.
Caminhando nas trilhas do conhecimento,
Aprendendo com o silêncio e com o vento.
Tornar-se professor/a é desvendar a própria existência,
É refletir sobre a vida e seu acontecer.
Não há fórmula exata, roteiro definido,
A jornada é única, uma moira compartilhada.
É compreender que somos todos alunos,
Na escola da vida, onde os desafios são os jeitos.
Nessa dança, somos ensinados e ensinamos,
Crescendo juntos, enquanto o tempo vai escoando.
A metanóia é intensa, feita com emoção e razão,
Numa jornada existencialista de introspecção.
Tornar-se professor/a é abraçar a incerteza,
E dançar na coreografia única da docência.
No palco da educação, somos protagonistas, junto a outros e outras
Orientando corações e mentes com sonhos e com sabores.
Cada aula, um ato, cada aluno, uma estrela,
No grande espetáculo que a vida revela.
Então, tornar-se professor/a é uma busca eterna,
Na teia de conexões, na mente entre o aquietar e o inquietar.
E na última aula, quando se encerrar a cena,
Sabe-se que ser professor/a é no diálogo:
ser papiro e ser pena!
0 Comentários
Comente aqui