Foto: Loren Biser / Pexels  


 Everton Nery


Não se nasce professor ou professora.

Tornar-se professor/a ao sermos ensinados/as

Kant afirmou que não se pode ensinar filosofia,

Mas apenas ensinar a filosofar.

Podemos assim compreender, 

que não se pode ensinar, no sentido de transmitir

conteúdos de docência, mas apenas ensinar a professorar. 

Professorar não é a única relação que se pode manter

com aquilo que chamamos de docência.

Professorar é um verbo que aponta

Tanto uma atividade como seu fruto.

Assim, então:

Como se torna um/a professor/a?


Tornar-se professor/a é um mergulho no mundo, 

Tudo entre o caos e o cosmos

Uma busca constante pelo que o coração exala. 

Não se aprende apenas em livros ou escola, 

Mas nas lágrimas, nos sorrisos, nas boas horas.

Eis o caminho de Kronos, mas também de Kairós

É um caminho íntimo, às vezes solitário, 

Mas inevitavelmente solidário,

Onde a luz da sabedoria é um farol necessário. 


Caminhando nas trilhas do conhecimento, 

Aprendendo com o silêncio e com o vento.

Tornar-se professor/a é desvendar a própria existência, 

É refletir sobre a vida e seu acontecer. 

Não há fórmula exata, roteiro definido, 

A jornada é única, uma moira compartilhada.

É compreender que somos todos alunos, 

Na escola da vida, onde os desafios são os jeitos. 

Nessa dança, somos ensinados e ensinamos, 

Crescendo juntos, enquanto o tempo vai escoando.


A metanóia é intensa, feita com emoção e razão, 

Numa jornada existencialista de introspecção. 

Tornar-se professor/a é abraçar a incerteza, 

E dançar na coreografia única da docência.

No palco da educação, somos protagonistas, junto a outros e outras

Orientando corações e mentes com sonhos e com sabores. 

Cada aula, um ato, cada aluno, uma estrela, 

No grande espetáculo que a vida revela.

Então, tornar-se professor/a é uma busca eterna, 

Na teia de conexões, na mente entre o aquietar e o inquietar. 

E na última aula, quando se encerrar a cena, 

Sabe-se que ser professor/a é no diálogo: 

ser papiro e ser pena!