Foto: Thais Lima
O Espetáculo da artista Gabi
Holanda, Sopro d’Água estreia em Feira de Santana nesta quinta-feira (04/05),
no Sesc Feira, localizado na rua Cabuçu, 160 - Centro - (perto da igreja
Matriz). A sessão tem início às 20h, com uma ação de mediação no final, uma
breve vivência Corpo-ambiente em Fluxo, metodologia desenvolvida como
desdobramento dessa criação processual com quase uma década de pesquisa e
aprofundamento. Os ingressos custam R$ 1 e R$ 2, direto na bilheteria do Sesc.
Entre mares, rios, gotas, enchentes,
lamentos e seca, Sopro d’Água transpira a dimensão aquática e ambiental humana,
percorrendo desde as memórias ancestrais à urgência da questão hídrica. Em tempos
de mudanças climáticas e agravamento de conflitos pela água, a criação
incorpora o grito de uma realidade invisibilizada: qual o lugar da água numa
sociedade à beira de um colapso ambiental?
A ação integra a circulação nacional em curso, uma realização da Funarte. “Um
dos objetivos do projeto é a gente se conectar a partir da realidade de cada
lugar com suas águas, suas memórias, e estar em Feira de Santana é também um
modo da gente descentralizar o percurso do espetáculo e ter uma noção ampliada
da Bahia, berço dessa criação”, comenta Gabi, que é natural de Salvador e
radicada em Olinda (PE). A artista percebe o movimento como um retorno à casa,
às fontes de criação, inclusive pelo espetáculo ter sido desenvolvido durante o
mestrado em Artes Cênicas na UFBA.
“Voltar com Sopro d’Água para a Bahia é
um sonho de muito tempo. A criação nasceu na UFBA, em relação com o PPGAC, a
Escola de Teatro e a Escola de Dança. Então, sempre existiu esse desejo de
trazer de volta e ter contato com a diversidade, os processos, amigos e
artistas que colaboraram com a criação, deram suporte de diferentes modos”.
Sopro d’Água tem direção de Daniela Guimarães, atual diretora artística do Balé
Teatro Castro Alves (BTCA).
Transbordando para a cena uma dança de estados corporais, a partir da
materialidade da água-corpo-ambiente, a obra se apoia na compreensão de que
somos e viemos da água — materialidade ancestral-geológica que intercomunica
corpos, tempos e espaços — e possibilita ao espectador imergir em sua
existência ambiental, através do sensível. A oficina, por sua vez, investiga o
abandono de pontos de vistas unicamente antropocêntricos na arte e a inclusão
do não-humano na base compositiva em um modo ecocêntrico de criação.
LOCALIDADES
O espetáculo apresenta um circuito não sequenciado, tecendo a travessia com
festivais e outras parcerias. A circulação nacional teve início em
Florianópolis, durante a 9ª Maratona Cultural (26/03), passa pela 6ª Mostra de
Dança de Cachoeira (22/04), segue para Salvador (27 e 28/04) e depois Feira de
Santana (04/05); já tem datas em Recife (09 e 10/06) e está em articulação com
São Paulo.
PROCESSO
Sopro d’Água é uma criação processual de quase dez anos de pesquisa, que
aproxima performance e memória, arte e ecologia — imergiu na complexidade,
debruçando-se nas memórias mitológicas, afetos e saberes de diversas tradições
latino-americanas, na escassez hídrica, nos conflitos pela água vivenciadas por
diferentes comunidades no Brasil, em especial no Nordeste, e na urgência das
mudanças climáticas. Em paralelo, a criadora realizou experimentos
performativos, a partir de estados corporais emergidos da investigação de
movimento apoiado nos fluidos corporais, dança aquática e imersões em
diferentes ambientes aquáticos e espaços urbanos, que gerou vários
desdobramentos: espetáculo, ecoperformances, fotoperformances, pesquisa
acadêmica e oficina.
Após a conclusão da pesquisa Sopro d’Água: corpo-ambiente em fluxo criando
(de)composições em dança, desenvolvida pela performer no mestrado em Artes
Cênicas (UFBA, 2019), o espetáculo estreou em setembro de 2019, numa temporada
no Teatro Hermilo Borba Filho, em Recife, e passou pelos festivais: 15o
Festival de Dança do Vale São Francisco – Aldeia Vale Dançar (2022); 10o Trema!
Festival (2022); Mostra Transborda: As linguagens da cena (SESC Piedade, 2021);
4o Janeiro Sem Censura (2021); FETEAG Digital (2020); 26o Janeiro de Grandes
Espetáculos (2020); 29o FETEAG (2019). A obra garantiu o prêmio de melhor
bailarina a Gabi Holanda no 26° Festival Janeiro de Grandes Espetáculos (2019),
bem como os prêmios de Dramaturgia do Corpo, Figurino e Design de Luz no 16°
Festival de Teatro da Amazônia (2022).
SOPRO
D’ÁGUA · CIRCULAÇÃO NACIONAL
Prêmio Funarte Circulação e Difusão da Dança 2022
Classificação indicativa: 14 anos
Acompanhe as ações em @gabiwholanda
Em Feira de Santana, tem realização do SESC Feira, produção local de Ananda
Oliveira @a.nanda.r / Experiência Curiar @experienciacuriar, e assessoria
de imprensa de Cid Fiuza @cidfiuzaoficial, oCordel @ocordel.oficial.
Enviado por Cid Fiuza
Fonte: o Cordel.Com
0 Comentários
Comente aqui