*Por Francis Axt
O conceito do ESG, Environmental, social and corporate, tem como objetivo avaliar as atuações de empresas e corporações em prol de ativações sociais, ambientais e corporativas, sempre dentro de regras rígidas de compliance. Quando falamos da indústria têxtil, não é diferente, pois essas práticas devem estar alinhadas à estratégia de cada tipo de negócio.
O aspecto ambiental, por exemplo, é a gestão responsável por ações para eficiência energética, pegada de carbono, recursos naturais, gestão de resíduos e reciclagem. Quando falamos do social, podemos citar a diversidade, inclusão, igualdade, segurança do trabalho, relacionamento com a comunidade, satisfação do cliente e certificação de fornecedores. Agora, quando o assunto é a governança, ou seja, o relacionamento com stakeholders, o código de ética e conduta, políticas anticorrupção, gestão de risco, transparência na gestão de desempenho, auditoria independente, são extremamente primordiais nesse quesito.
De 2019 para cá, vimos um
avanço nas frentes citadas, mas o segmento têxtil ainda caminha a passos
lentos nos assuntos ESG. Grandes magazines estão adiantados e com metas
bem estabelecidas, mas no geral o
setor e a cadeia têxtil ainda precisam avançar muito para estar em um
nível satisfatório de ESG. Temos encontrado dificuldade até para
realizar benchmarking com empresas do setor por não terem tratado o tema
ainda com a relevância que ele
precisa.
Portanto, é necessário a responsabilidade das corporações com a sustentabilidade do negócio em todas as esferas, ambientais, sociais e de governança. Desenvolver-se de forma sustentável traz vários benefícios não só para a indústria, mas para toda a sociedade. Posso citar alguns exemplos, como o aumento da produtividade e melhoria na qualidade do produto; satisfação do cliente; diminuição no desperdício com o uso adequado dos recursos hídricos e energéticos, redução da geração de resíduos, efluentes e emissões de gases de efeito estufa; melhora nas condições de trabalho e saúde; reputação, transparência e confiança e aumento da rentabilidade do negócio.
A indústria do vestuário, por exemplo, é uma das que têm mais impacto ambiental negativo. Uma tendência que está ganhando mais força no ESG é a circularidade. Hoje vemos muito mais incentivo no mercado de reuso ou “segunda mão”, prova que as novas gerações já têm a mente mais aberta para esse tema. Além disso, um ponto que está ganhando a atenção no setor é o uso de matérias-primas sustentáveis. Ter essa consciência é um bom ponto de partida para empresas que buscam alternativas. A tecnologia e a inovação também têm sido essenciais para acelerar essas ações, bem como fomentar a diversidade e a construção de equipes plurais e engajadas na causa.
Estamos
vivendo uma mudança significativa na percepção sobre o papel das
empresas na sociedade, impulsionada pelo maior interesse e exigência de
clientes, colaboradores, lideranças, investidores e governos. Acredito
que com esse
movimento crescente, as empresas vão se preocupar em avançar nas
práticas ESG. Existe uma certa resistência por muitas que ainda
desconhecem o que realmente esse conceito significa ou por acharem que
isso demanda muito investimento. No fundo,
todas as empresas já praticam muitas dessas ações, apenas precisam de um
pouco de aprofundamento e organização para evoluírem. Esse é um caminho
positivo e sem volta!
*Francis Axt é gestora de ESG da Texneo, uma das principais indústrias têxteis da América Latina.
Enviado por Juliana Gusmão
Fonte: Piar Comunicação
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