Conhecido como o Woodstock brasileiro, o festival de Águas Claras no município de Iacanga, interior de São Paulo fez 47 anos em Janeiro.
Festival paz e amor foi realizado no ano de 1975 e reuniu cerca de 30 mil em uma fazenda no município de Iacanga e ficou marcado nacionalmente.
Na região de Bauru, entre 17 e 19 de janeiro de 1975 um festival semelhante ao de Woodstock reuniu um público de 30 mil numa fazenda no município de Iacanga. O Festival de Águas Claras é lembrado até hoje pelos exageros de bebidas, drogas, nudez e muita música e arte.
Quarenta e seis anos se passaram desde o 1º Festival de Águas Claras e muitas lembranças ainda rondam a vida daqueles que participaram. Unanimidade se faz quando a pergunta é se o evento marcou época. “Não houve nada igual. Mudou a vida da cidade de Iacanga. O município ficou conhecido no mundo todo. Pessoas de várias partes do País, ainda se comunicam sobre o festival e lembram do que viveram naqueles três dias”, frisa Rosa Maria Cheixas, conhecida por “Sétima Lua”.
O Brasil vivia o período do Regime Militar, havia censura, supressão de direitos constitucionais e muita perseguição política. O movimento hippie tinha sua marca registrada no vestir, no falar e na maneira de pensar. Era considerado o movimento paz e amor.
Imprensa não se interessava em veicular notícias sobre o festival
O Festival de Águas Claras começou a ganhar vida e vulto um mês antes de sua realização em janeiro de 75. “O momento era de censura total a qualquer movimento. Um mês antes a televisão começou a ligar e pedir informações.
Começaram a se interessar pelo festival. Na época ninguém queria dar a notícia. O ‘start’ do sucesso veio através da demanda da mídia que nos procurou. Só então tive certeza que o evento iria reunir 10 mil pessoas. Não imaginávamos as 30 mil, que foram. A avaliação foi da Polícia Militar,” ressalta Leivinha.
Naquela época, os grandes nomes como Gilberto Gil reunia em três ou quatro noites de show no Teatro Bandeirantes, que era maior, conseguia um público bom nas duas primeiras noites de apresentações. “Nas demais noites o público era bem menor. Era complicado acreditar que fosse realmente o número de pessoas que foi.”
A entrada na fazenda foi cobrada, mas muitos entraram sem pagar, pulando cerca e entrando no local. O preço era razoável pelos três dias do evento, na avaliação do organizador. “Cobramos 30 cruzeiros de entrada, pelos três dias de som. Montamos uma barraca de alimentação. Vendíamos pastel e sanduíche natural.”
O público que superou e muito a expectativa do organizador também fez com que a comida acabasse. “Obviamente que projetamos alimentação para 10 mil pessoas. Apareceram 30 mil e quando a coisa começou a apertar mandamos fazer sopão de mandioca. Apanhamos laranja no pomar e distribuímos no palco. Enfim tive que tomar uma posição para não deixar ninguém passar muita necessidade. Na época todo mundo se virou muito bem com bolacha de água e sal e outras coisas.”
O 1º Festival Águas Claras reuniu os integrantes do rock paulistano. “Brasileiro, Blindagem, Apokalypsis, Burma, Terreno Baldio, A Cor do Som, O Som Nosso de Cada Dia, que eram grandes nomes da época. Em 81 foi festival de Música Popular Brasileira, com rock, baião, música clássica. Cerca de 90 mil pessoas entre os fixos e flutuantes passaram pelo evento.”
Ele lembra que o público chegava muito antes do festival. “Eles iam chegando dias antes e iam embora dois ou três dias depois. Em 83 foi bom e em 84 foi o último. A chuva atrapalhou muito. Estava impossível tocar no palco. Teve um dia e meio de evento. Contamos com cerca de 45 mil pessoas.
Via Eduardo Zimantas postado no grupo Memória Paulista - Fotos Antigas de São Paulo e suas cidades.
Fonte: A História Esquecida (Facebook)
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