Primeiramente vamos desconstruir a ideia de que você não domina a Língua Portuguesa (LP)?

É impossível se você nasceu no Brasil, em que as línguas oficiais são a LP e a Língua Brasileiras de Sinais. Sendo a LP, portanto, a sua língua materna, que você aprende ao longo de seu desenvolvimento.

Língua é uma coisa. Gramática é outra. E nisso há ainda muita confusão. Não são a mesma coisa, mas se relacionam intimamente, mantendo um crush bem forte uma pela outra. 
Dito isso, preciso afirmar a vocês: você domina e muito a Língua Portuguesa, afinal é por ela que você se comunica. 


O que pode acontecer é que você não domina totalmente a gramática da Norma Culta da Língua, que juntamente com a Coloquial (ou pupular), operam como as duas grandes variantes da LP e produzem suas diversas variações de acordo com outros fatores.
Quem não domina as regras da gramática da norma culta acaba sofrendo preconceito linguístico, uma prática sociocultura muito comum no Brasil, e que acaba gerando esse mito do "não sei falar Português", "falo e escrevo errado". No máximo, o que você faz é DESVIAR da Norma Culta da língua! 

Há pesquisas divulgadas amplamente em produções científicas disponíveis na WEB que comprovam que uma criança entre 03 a 05 anos de idade inicia seus conhecimentos e domínios sobre a gramática interna (ou interiorizada) da Língua.

Por isso não deixe mais que ninguém diga que você não sabe ou não domina a LP! 
Infelizmente vivemos em um país com oportunidades desiguais e isso interfere muito no aprendizado da Norma Culta, quem a domina mais é privilegiado, pois teve mais acesso à mesma, através de maiores oportunidades, pois esse domínio ainda perpassa pelo elitismo. Por esse motivo, precisamos analisar os contextos de vida de cada um/a e atentar para as outras formas de comunicação através do uso da variante coloquial da Língua, que não podem ser desconsideradas. 

Precisamos aprender mais a Norma Culta? Sim, inclusive como instrumento de empoderamento e para ocupação de espaços importantes. Conhecendo, dominando e sabendo utilizar as variantes conforme os contextos.

Para aprofundar esse debate, consulte Possente (1996), Bagno (2000), Antunes (2007) e Perine (1997).


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