Ilustração - “Vaqueiro Velho” do Mestre Klévisson Viana. Disponível aqui


Mote – Poeta Jadson Lima
Glosa – Nivaldo CruzCredo

Do sol que queima a esperança
Aos segredos vivos da caatinga,
Do cheiro do tabaco lá no binga
Ao encanto da tabaroa que dança
E o meu corpo nessa dança se balança
Pensando como seria o seu beijo
Aumentando esse meu desejo,
Tudo isso me passa de repente,
Cada Verso Que Sai Da Minha Mente
Traz Um Pouco Do Povo Sertanejo!

A água preciosa que num carote
Que vem nas costas de um jegue,
A vontade forte ‘do não se entregue’,
A mesma água geladinha num pote,
O pulo certeiro de um caçote
Quando ouve algum trovejo
A água que vem do céu em despejo,
Quando a chuva chega de repente.
Cada Verso Que Sai Da Minha Mente
Traz Um Pouco Do Povo Sertanejo!

Quando lembro da estrada empoeirada,
Onde o velho Teiú passei a tarde
E as cobras rastejam sem alerde,
Onde ainda tem marca de pegada
De meninos que brincaram na invernada
Rindo, pulando e fazendo gracejo,
Com os olhos da lembrança tudo eu vejo
Hoje é só saudade, tudo tá bem diferente.
Cada Verso Que Sai Da Minha Mente
Traz Um Pouco Do Povo Sertanejo!

Lampião espalhava terror e muito medo,
Já Gonzaga era a mais pura animação,
Mestre Vitalino era um deus na criação,
Cada um mostrou assim seu segredo
E mudaram da história todo enredo,
Sendo do povo nordestino bom ensejo,
Mostrando sua força e seu cortejo
Com fé, com força e o ser decente
Cada Verso Que Sai Da Minha Mente
Traz Um Pouco Do Povo Sertanejo!