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Fotos: IPAC |
Até 15 de dezembro próximo, especialistas
da Coordenação de Restauro de Elementos Artísticos do Instituto
do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) finalizam
intervenções de restauro nos bens móveis e integrados da capela de Senhora
Santana, em Xique-Xique. A igreja está localizada na Ilha de Miradouro, no
município situado ao noroeste da Bahia, quase às margens do Rio São Francisco,
a 520 km de Salvador.
A capela, inaugurada em 1811, foi tombada
provisoriamente pelo IPAC em 2013 e desde então passa por intervenções. “Quando
encontramos a igreja, ela estava com muitos danos. Nesse período, foram feitas
obras na estrutura, no telhado, retirada de água acumulada, implantação de
forros de fibra de vidro na capela mor e camarinha, além de reparo de
rachaduras”, conta a restauradora do IPAC, Célia Moura.
RIO SÃO FRANCISCO – Uma equipe
multidisciplinar do IPAC se deslocou para o município com objetivo de completar
o restauro em cerca de mais um mês, dessa vez, dos bens móveis e integrados do
templo. “Conhecemos bem o local e sabemos das necessidades. Julgamos que o frontão
do altar é o mais importante a ser trabalhado agora”, diz Célia. A ação integra
o sistema institucional de parcerias que o IPAC criou e que envolve
prefeituras, dioceses das igrejas e comunidades, dentre outros agentes.
A edificação, que estava em alto nível
de deterioração, é um marco para o município e a região, pois atrai fiéis de
toda a Bahia e possui singularidades artísticas e arquitetônicas, apesar do
aspecto simples, com robustos cunhais, porta central e duas janelas. “O local também
é importante pela sua relação com o Rio São Francisco, devido ao culto da fé, à
cidade de Xique-Xique e às características físicas tão próprias do prédio”,
afirma a restauradora do IPAC.
PREFEITURA – No interior, a
capela possui o púlpito com bacia de pedra, grades de coro, comunhão em treliça
de madeira e pintura tipo escaiola – que imita mármore e pedras ornamentais com
pequenos medalhões, anjos, jarros e guirlandas. O piso interno é de ladrilhos,
com tabuado no coro e lajotas de barro cozido no adro. A ilha, onde está
localizada a capela, é muito fértil e conserva vegetação natural, com árvores e
coqueiros.
A
intervenção, que está sendo apoiada pela prefeitura de Xique-Xique, possui
muitos desafios. “Juntamente com Roseli Sá Barreto, restauradora, e o arquiteto
José Carlos Matta, ambos do IPAC, estamos realizando o trabalho com êxito,
mesmo com as dificuldades de recursos e o difícil acesso”, completa Célia. Mais
informações via site www.ipac.ba.gov.br,
facebook ‘Ipacba Patrimônio’, instagram ‘@ipac.patrimônio’ e twitter
‘@ipac_ba’.
HISTÓRIA: – A Ilha
do Miradouro é a primeira localização do arraial ‘Xique-Xique’ em meados do
século XVI. Segundo a tradição local, tem seu nome originário da expressão
popular ‘daqui miro o ouro nas serras’. Miradouro significa lugar elevado de
onde se avista um horizonte largo, ou mirante. As terras da ilha são muito
férteis, porém a cobertura vegetal encontra-se antropizada, restando pouco dos
carnaubais que outrora a dominavam, tamarineiros e fícus benjamina. Observa-se
a presença de árvores frutíferas exóticas, sobretudo mangueiras e coqueiros.
Encontra-se dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) – Dunas e Veredas do
Baixo-Médio São Francisco. A ilha conta com aproximadamente 200 casas
dispersas, constituindo-se uma área de ocupação rural, e uma população de menos
de mil habitantes, segundo informações recentes de levantamento da Coelba e
dados aproximativos do IBGE. A população local sobrevive da agricultura
familiar, sendo a grande fornecedora de hortifrutigranjeiros para a sede do
município, sobretudo, hortaliças, melancia, melão, mandioca e derivados, batata
doce, cítricos e manga. A ilha não tem energia elétrica.
Assessoria de Comunicação – IPAC
Jornalista responsável Geraldo Moniz de Aragão (DRT-BA nº
1498)
Coordenação de Jornalismo e Edição: Marco Cerqueira (DRT-BA
nº1851)
Texto-base e entrevistas: Bruno Ganem (estagiário
Jornalismo)
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