Foto: Bahia na Política
Enquanto, nós, professoras, e
professores estamos na luta contra os desmantelos que atingiram direta ou
indiretamente, ao longo de mais de dez anos, a educação municipal do município,
ainda tivemos que presenciar, nas últimas duas semanas deste mês de fevereiro
de 2016, o total desrespeito aos professores e consequentemente, à educação do
município de Feira de Santana. Primeiro, na condução da Jornada Pedagógica,
principalmente no que diz respeito a falta de sororidade às professoras que
participavam de um protesto legítimo, e especialmente a sindicalista Marlede
Oliveira – a qual nós nos mostramos solidárias. Depois, no processo dessa
semana, na sessão de Abertura dos trabalhos da Câmara de Vereadores, durante a
manifestação das professoras e professores municipais, ainda presenciamos o
descaso com a luta das professoras e dos professores. O descaso com que a
gestão municipal vem tratando, ao longo do tempo, a educação municipal é notória
e por isso mesmo, impugnante e inaceitável.
Entendemos que o estudo feito e o amplo
debate realizados no âmbito do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre a
concretização dos avanços trazidos pela Lei n o 11.738, de 2008, justamente por
conta de toda a luta dos sindicatos, das organizações educacionais e
principalmente das professoras e dos professores em todo o território nacional,
não deva ser desmerecida e desrespeitada como presenciamos nesse município. E
assim, me solidarizo com as professoras e professores da Rede Municipal de
Feira de Santana, no sentido de impulsionar e lutar pela implementação das
medidas que contribuirão efetivamente para a qualidade de vida dos professores
e professoras, para o investimento real na formação destes e consequentemente
para a melhoria da educação desse município.
E o próprio art. 67 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional), como já citado, prevê que “os sistemas de ensino promoverão a
valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes (…) V – período
reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho”. E o que tem feito o município de Feira de
Santana diante dessa lei? O documento também prevê que essa questão deve
ser contemplada nas leis orçamentárias dos Estados e Municípios. Será que na Lei Orçamentária desse
município esse princípio tem sido respeitado?
Os entes municipais não podem
simplesmente descumprir uma lei federal que contribui ao processo de
valorização das professoras e professores e da qualidade do ensino público
municipal. As responsabilidades devem ser assumidas ipsis litteris.
Diante dessa situação, cabe a todas
nós, mulheres, que somos maioria dos professores nas escolas municipais, e
maioria também nesse município, e a todo cidadão e cidadã exigir a aplicação
desta lei, principalmente por saber que esta gestão já tem descumprido tantas outras
leis, como a do PDDU, e assim tem metralhado os direitos educacionais, e tantos
outros direitos, das cidadãs e dos cidadãos feirenses.
Vamos dizer BASTA a essa forma de
gestão autoritária, arbitrária e anti-educativa, que sem diálogo algum tem
conduzido os processos que são de interesse e de direito da população dessa
cidade.
BASTA das metralhadas deste governo a educação do município de Feira de
Santana!
Sidinea Pedreira
Professora, mestre em Estudos Feministas pela Universidade de Coimbra,
faz parte do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos (GELC), da Universidade
Estadual de Feira de Santana (UEFS), milita no Coletivo de Mulheres de Feira de
Santana e faz parte do Setorial de Mulheres do PSOL Feira.
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