Considerada uma instituição jovem, a Universidade Estadual de Feira de Santana completou 39 anos de fundação com o registro de avanços significativos não apenas nas áreas de Ensino, Pesquisa e Extensão, mas também em termos administrativos e de estrutura física.

Realizada na noite do dia 30 de maio, a comemoração pela passagem do aniversário contou com as presenças do reitor da instituição, professor Evandro do Nascimento Silva; da vice-reitora, Norma Lúcia Fernandes de Almeida; do diretor da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs), professor Rodrigo Osório; da coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau (Sintest/Uefs), Roquidéa Souza e Silva, e da professora Marluce Araujo Assis, que atuou como pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Uefs entre 2008 e 2015.

De acordo com o professor Evandro do Nascimento, que assumiu a administração superior da Universidade no dia 15 de maio de 2015 em substituição ao professor José Carlos Barreto de Santana, celebrar os 39 anos da Instituição é um momento ímpar, sobretudo em função das conquistas alcançadas pela Uefs em pouco tempo de atuação. "Além da consolidação do Ensino, Pesquisa e Extensão, três pilares de sustentação que regem as instituições de ensino superior, esta valorosa Universidade deu um importante passo administrativo, que foi a construção coletiva de seu novo Estatuto. Baseado na escuta das bases que compõem a comunidade universitária, o documento foi finalizado no início de 2015 e esperamos que já esteja em vigor quando da comemoração dos 40 anos", almejou.

Orçamento
O reitor lembrou ainda que a Uefs vive um momento difícil, por conta do orçamento. "Vamos realizar uma aula pública para tratar da questão orçamentária porque é necessário que toda a comunidade conheça a atual realidade da Instituição. No entanto, esse momento de crise não tira o brilho de seu amadurecimento. A Uefs é uma universidade socialmente referenciada e seguiremos na construção desse projeto com amor, afinco e resistência à qualquer ameaça ao seu crescimento. Esta Universidade é preciosa e, portanto, não podemos retroceder ", ressaltou. A aula pública está programada para 9 de junho, às 9 horas, no Anfiteatro, localizado no módulo 2, Campus Universitário.

Evandro do Nascimento salientou que, inserida no Semiárido baiano, comprometida com a responsabilidade social e com o desenvolvimento sustentável dessa região tão assolada por problemas climáticos e econômicos, a Uefs chega a ser um arquétipo do próprio sertanejo. "Assim como o homem sertanejo vive tempos de bonança, com a chegada da chuva, e de escassez, com a vinda da seca, a Uefs também atravessa bons e maus momentos, mas ambos vão resistindo. A alma dessa universidade é sertaneja e ela vai passar por mais esse momento de adversidade. Continuaremos renovando os ciclos, mas não de forma passiva. Vamos buscar os meios. Construtores desse processo, trabalharemos nessa perspectiva, de esperança e resistência, a fim de alcançarmos uma sociedade mais justa e promissora", cogitou.

O professor Rodrigo Osório, que está à frente da Adufs desde dezembro de 2014, disse que a entidade e a Uefs "são herdeiras do mesmo sonho" e que, juntas, vêm lutando em defesa das universidades. "Nada mais simbólico que estarmos aqui falando sobre as possibilidades para o futuro. A Uefs é uma instituição jovem, portanto detentora de uma série de possibilidades. Ao longo de 34 anos de existência, a Adufs tem contribuído para que, cada vez mais, essa universidade alcance a excelência, sempre pautada pelo respeito, pela equidade e pela liberdade", frisou.

A servidora Roquidéa Silva parabenizou a Instituição e os três segmentos responsáveis pelo seu funcionamento. Ela salientou que se sente gratificada por trabalhar na Uefs, por ser esta um espaço plural e dotado de toda infraestrutura necessária à garantia plena dos direitos dos profissionais que nela atuam.

Avanços

Abordando o tema "O que fazer, como fazer e o que esperar da Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação: limites, avanços e desafios", a professora Marluce Assis destacou os principais progressos acadêmicos conquistados pela Uefs ao longo desses 39 anos, como a ampliação, visibilidade e reconhecimento da pós-graduação em níveis nacional e internacional, a qualidade científica dos projetos, a melhoria da qualidade dos programas e o aumento significativo da captação de recursos em agências de fomento.

"Em 1997, a Uefs tinha apenas 11 cursos de pós-graduação, oito de mestrado e três de doutorado; fechamos o ano de 2014 com 30 cursos, 23 de mestrado e sete de doutorado, todos inteiramente gratuitos. Em 2007, a Instituição contabilizou R$ 4,1 milhões de financiamento externo; em 2014, a captação desse tipo de recurso chegou a 73,9 milhões. As bolsas de Iniciação Científica passaram de 328, em 2006, para 527, em 2014. Em 2006, tínhamos 280 projetos de pesquisa cadastrados; em 2014, esse número subiu para 666, um aumento de 128%", exemplificou.

Integrando o quadro docente da universidade há 28 anos, ela ressaltou que o sucesso registrado até aqui se deve, em grande parte, às pessoas que, diariamente, trabalham em prol de sua construção. “O que faz a diferença é a união, a ação cotidiana, colegiada, participativa, transparente e permanente de pessoas comprometidas não apenas com o projeto de universidade pública, democrática e de qualidade, mas também com a superação das dificuldades que vão surgindo”, atribuiu.

A professora não deixou de destacar, no entanto, os limites e os desafios que a Uefs precisará enfrentar para alcançar a excelência acadêmica. “Ainda há muito por fazer. Precisamos superar limitações, a exemplo da burocracia institucional e da insuficiência de servidores e de estrutura física para atender às demandas da pós-graduação. E alcançar metas, como a avaliação contínua e sistemática do trabalho docente; o aumento dos conceitos no sistema de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior  (Capes); a ampliação das parcerias internacionais; a criação de novos cursos de doutorado; um maior investimento na inovação tecnológica, com especial atenção ao registro de patentes; e a ampliação de pesquisas voltadas à realidade social. Como dizia Paulo Freire, é fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, a fim de se alcançar uma prática realmente eficiente e amplamente democrática”, arrematou.

A solenidade foi aberta com um recital clássico, executado pela pianista Dailze Gusmão e pelo violinista Leandro Mascarenhas. Os músicos interpretaram o célebre hino Amazing grace, do compositor inglês John Newton; o clássico Until the last moment, do pianista grego Yanni Chrysomallis, e a tradicional peça Czardas, do compositor, violinista e regente italiano Vittorio Monti.

Fotos: Edvan Barbosa
Por Ísis Moraes – Ascom/Uefs