Considerada uma instituição
jovem, a Universidade Estadual de Feira de Santana completou 39 anos de
fundação com o registro de avanços significativos não apenas nas áreas de
Ensino, Pesquisa e Extensão, mas também em termos administrativos e de
estrutura física.
Realizada na noite do dia 30 de maio, a comemoração pela passagem do aniversário contou com as presenças
do reitor da instituição, professor Evandro do Nascimento Silva; da
vice-reitora, Norma Lúcia Fernandes de Almeida; do diretor da Associação dos
Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs), professor
Rodrigo Osório; da coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em
Educação do Terceiro Grau (Sintest/Uefs), Roquidéa Souza e Silva, e da
professora Marluce Araujo Assis, que atuou como pró-reitora de Pesquisa e
Pós-Graduação da Uefs entre 2008 e 2015.
Orçamento
O reitor lembrou ainda que a
Uefs vive um momento difícil, por conta do orçamento. "Vamos realizar uma
aula pública para tratar da questão orçamentária porque é necessário que toda a
comunidade conheça a atual realidade da Instituição. No entanto, esse momento
de crise não tira o brilho de seu amadurecimento. A Uefs é uma universidade
socialmente referenciada e seguiremos na construção desse projeto com amor,
afinco e resistência à qualquer ameaça ao seu crescimento. Esta Universidade é
preciosa e, portanto, não podemos retroceder ", ressaltou. A aula pública
está programada para 9 de junho, às 9 horas, no Anfiteatro, localizado no
módulo 2, Campus Universitário.
Evandro do Nascimento
salientou que, inserida no Semiárido baiano, comprometida com a
responsabilidade social e com o desenvolvimento sustentável dessa região tão
assolada por problemas climáticos e econômicos, a Uefs chega a ser um arquétipo
do próprio sertanejo. "Assim como o homem sertanejo vive tempos de
bonança, com a chegada da chuva, e de escassez, com a vinda da seca, a Uefs
também atravessa bons e maus momentos, mas ambos vão resistindo. A alma dessa
universidade é sertaneja e ela vai passar por mais esse momento de adversidade.
Continuaremos renovando os ciclos, mas não de forma passiva. Vamos buscar os
meios. Construtores desse processo, trabalharemos nessa perspectiva, de
esperança e resistência, a fim de alcançarmos uma sociedade mais justa e
promissora", cogitou.
O professor Rodrigo Osório,
que está à frente da Adufs desde dezembro de 2014, disse que a entidade e a
Uefs "são herdeiras do mesmo sonho" e que, juntas, vêm lutando em
defesa das universidades. "Nada mais simbólico que estarmos aqui falando
sobre as possibilidades para o futuro. A Uefs é uma instituição jovem, portanto
detentora de uma série de possibilidades. Ao longo de 34 anos de existência, a
Adufs tem contribuído para que, cada vez mais, essa universidade alcance a
excelência, sempre pautada pelo respeito, pela equidade e pela liberdade",
frisou.
A servidora Roquidéa Silva
parabenizou a Instituição e os três segmentos responsáveis pelo seu
funcionamento. Ela salientou que se sente gratificada por trabalhar na Uefs,
por ser esta um espaço plural e dotado de toda infraestrutura necessária à
garantia plena dos direitos dos profissionais que nela atuam.
Avanços
Abordando o tema "O que
fazer, como fazer e o que esperar da Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação:
limites, avanços e desafios", a professora Marluce Assis destacou os
principais progressos acadêmicos conquistados pela Uefs ao longo desses 39
anos, como a ampliação, visibilidade e reconhecimento da pós-graduação em
níveis nacional e internacional, a qualidade científica dos projetos, a
melhoria da qualidade dos programas e o aumento significativo da captação de
recursos em agências de fomento.
"Em 1997, a Uefs tinha
apenas 11 cursos de pós-graduação, oito de mestrado e três de doutorado;
fechamos o ano de 2014 com 30 cursos, 23 de mestrado e sete de doutorado, todos
inteiramente gratuitos. Em 2007, a Instituição contabilizou R$ 4,1 milhões de
financiamento externo; em 2014, a captação desse tipo de recurso chegou a 73,9
milhões. As bolsas de Iniciação Científica passaram de 328, em 2006, para 527,
em 2014. Em 2006, tínhamos 280 projetos de pesquisa cadastrados; em 2014, esse
número subiu para 666, um aumento de 128%", exemplificou.
Integrando o quadro docente
da universidade há 28 anos, ela ressaltou que o sucesso registrado até aqui se
deve, em grande parte, às pessoas que, diariamente, trabalham em prol de sua
construção. “O que faz a diferença é a união, a ação cotidiana, colegiada,
participativa, transparente e permanente de pessoas comprometidas não apenas
com o projeto de universidade pública, democrática e de qualidade, mas também
com a superação das dificuldades que vão surgindo”, atribuiu.
A professora não deixou de
destacar, no entanto, os limites e os desafios que a Uefs precisará enfrentar
para alcançar a excelência acadêmica. “Ainda há muito por fazer. Precisamos
superar limitações, a exemplo da burocracia institucional e da insuficiência de
servidores e de estrutura física para atender às demandas da pós-graduação. E
alcançar metas, como a avaliação contínua e sistemática do trabalho docente; o
aumento dos conceitos no sistema de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (Capes); a
ampliação das parcerias internacionais; a criação de novos cursos de doutorado;
um maior investimento na inovação tecnológica, com especial atenção ao registro
de patentes; e a ampliação de pesquisas voltadas à realidade social. Como dizia
Paulo Freire, é fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se
faz, a fim de se alcançar uma prática realmente eficiente e amplamente
democrática”, arrematou.
A solenidade foi aberta com
um recital clássico, executado pela pianista Dailze Gusmão e pelo violinista
Leandro Mascarenhas. Os músicos interpretaram o célebre hino Amazing grace, do
compositor inglês John Newton; o clássico Until the last moment, do pianista
grego Yanni Chrysomallis, e a tradicional peça Czardas, do compositor,
violinista e regente italiano Vittorio Monti.
Fotos: Edvan Barbosa
Por Ísis Moraes – Ascom/Uefs
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