Edson Machado - Diretor do Museu de Arte Contemporânea (MAC)

Pela terceira vez no ano de 2015, o Museu de Arte Contemporânea (MAC) abriu as portas ao público feirense para ouvir música e visitar o MAC, na noite de 12 de abril (domingo). O diretor do museu, Edson Machado, expressou sua opinião considerando o projeto vitorioso. “É uma oportunidade que o público tem, principalmente o jovem, de frequentar o museu. As exposições complementam a música.”

O diretor ainda falou sobre o projeto, que está no seu segundo ano. De acordo ele, desde o primeiro ano o projeto vem atraindo um público diferenciado, segmentado. “É uma iniciativa que deu certo. A Fundação Egberto Costa está de parabéns. As bandas tem um trabalho autoral diferenciado com uma performance de palco muito boa. Estamos garimpando o que há de melhor na música alternativa”, concluiu ele, que também declarou que o evento já faz parte do calendário de entretenimento feirense.


DJ Don Maths
O DJ Don Maths foi a primeira atração a adentrar o palco, ampliando o evento com discotecagem. “Além das bandas, a presença desse elemento é importante. As pessoas conhecem músicas do mundo, o dj traz um pouco disso. Pesquiso influências de outras culturas, para captar as diferenças. Trazemos música da Jamaica, da África, música eletrônica e hip hop, sem deixar de lado as músicas da nossa região, o samba de roda, por exemplo”, exprimiu ele.


Banda Sal

Em seguida, a banda Sal mostrou a aglutinação do movimento que eles denominam “Som, arte, liberdade”. Produziu uma sonoridade numa linguagem própria. Kleyde Lessa, vocalista da banda, explicou que a banda tem duas vertentes. Uma que fala de amor, mais leve, e outro lado mais espiritualista, mais intenso. “Essa provocação pretende descontruir rotulismos e buscar intensidade na própria arte, questionando o lugar das coisas, como na canção “Outras Vozes”, completou ela. A cantora também falou da canção “Até de manhã”, que foi a que lançou a banda, sendo a mais conhecida do público. E explicou algumas dificuldades por quais a banda passa. “Fazer um trabalho autoral demanda convencer um público, e isso dá trabalho. Mas o caminho é esse, de tentar levar aquilo em que a gente acredita”.

Kleyde falou ainda sobre tocar no Museu. Segundo ela, cada show tem uma energia, mas no museu há uma aproximação muito grande do público. “A banda intenta viajar mais, transitar, mostrar o nosso trabalho conhecendo outros lugares. Mas Feira é o nosso locus de ação”, disse sobre os sonhos da banda, que se firmam, sobretudo, em não trair a proposta que é de buscar gerar conceitos, abrir-se a criações.

Banda Andaluz
Andaluz, a segunda banda da noite, de Salvador, apresentou um rock progressivo. Pela primeira vez em Feira de Santana, tocaram canções que nunca tinham executado para o público. Com dois ep’s lançados, “Passos tranquilos” e “Troque uma peça de lugar”, as músicas surgiram de inspirações espontâneas, conforme análise de Thiago Brandão, vocalista da banda, que ainda diz que as canções fluem de várias misturas de rock. Para ele, a Bahia tem produções intensas, mas ainda falta espaço. “O cenário está positivo para a arte independente. Hoje, estar aqui em Feira de Santana é um diferencial. É necessário viver outros ambientes, compartilhar. A Andaluz tem essências, sentimentos e verdade. Espero que as pessoas percebam isso”, concluiu o cantor. 


O projeto Música no Museu acontece sempre aos domingos. Tem continuidade no dia 10 de maio, com as bandas Novelta e Quaternária, ambas do cenário feirense.


Por Laísa Melo.