No
mundo corporativo, encontrar empresas que contratam freelas e depois não pagam
pelo trabalho é bem comum. Cansado desse cenário e vítima de uma agência que
desde junho está em débito, o desenvolvedor Rafael Fidelis reuniu amigos e
criou a campanha"Pague
meu freela". A ação, com tom bem-humorado, resultou em um site,
que traz vídeo e campo para que internautas enviem, de maneira automática,
e-mails para o financeiro da empresa devedora. Sobre a ideia, Fidelis conversou
com a reportagem do Portal Comunique-se nesta tarde. Ele, que já tem seu nome
conhecido por ter participado, no ano passado, da "criação" do Tubby
(aplicativo que nunca existiu e serviu como crítica ao Lulu, em que homens eram
avaliados por mulheres), estima que mais de 11 mil mensagens tenham sido disparadas
até o momento.
Fidelis, que está em negociação com a agência devedora, preferiu não revelar o nome da companhia por enquanto. O desenvolvedor contou que fez um trabalho de programação em junho e que está até agora sem receber. "Eles sempre falam que vão pagar no mês que vem e esse mês nunca chega. Com a campanha, me disseram que vão depositar o dinheiro, mas já ouvi isso tantas vezes que ainda não estou muito seguro", disse aos risos. A ação criada diante da situação que envolveu o profissional contou com a colaboração de amigos que entendem de publicidade, vídeo e redação. São eles: Guilherme Salles, Eder Pessoa e Victor Freitas.
Sobre a situação, Fidelis disse que,
infelizmente, é bem comum. "Todo mundo de tecnologia, publicidade, redação
e outras áreas acabam fazendo freela. Não receber nos deixa desmotivado e isso
é muito ruim". Questionado quanto ao tom lúdico da campanha, ele explicou
que é mais fácil viralizar algo divertido do que sério. "No fundo,
acabamos nos divertindo mesmo. Meus amigos perguntam quando eu vou sair com
eles e eu digo que quando receber o freela! Fizemos algo dramático, mas tem
humor para não ficar pesado. A mensagem assim impacta mais do que se for séria
demais".
Diferentemente do Tubby, que, segundo
o desenvolvedor, tinha algo mais "troll", a ação "Pague meu
Freela" é totalmente séria e engajada com a causa. "É uma crítica às
empresas que não pagam e acabam prejudicando o orçamento do profissional".
Até 2015, a ideia vai se desmembrar em
outro site que promete ser o "Reclame Aqui" dos freelas. "Vamos trabalhar
em uma plataforma para que os profissionais freelancers do Brasil inteiro
possam publicar as avaliações sobre as empresas. Recebemos feedback positivo do "Pague meu
Freela" e vamos seguir com a ideia. O poder da internet para esse tipo de
ação é muito boa".
Embora a empresa tenha entrado em
contato com Fidelis, a página segue no ar e a agência vai receber as mensagens
dos internautas até que o débito seja quitado. São nove opções de texto, como
"O meu aluguel tá atrasado, e o pagamento nem se fala. Pague meu
freela"; "Só para lembrar, todo programador é um pouco hacker. Pague
meu freela"; "Os 'minino' precisa de leite e não posso criar uma
vaca. Pague meu freela"; e "Depois de quatro meses, miojo virou prato
gourmet. Pague meu freela".
Quem quiser participar, basta escolher
uma das opções e clicar no botão "enviar cooperação". Pronto, o
financeiro da agência devedora receberá mais um e-mail em sua caixa de
entrada. De ontem para hoje, a página teve 14 mil acessos únicos. No
Facebook, a fan page já reúne mais de 3.500 curtidores. A campanha ainda tem
perfil no Google+ e no Twitter.
Fonte: Comunique-se
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