Hoje destaco o texto de minha amiga irmã, que faz uma interessante reflexão sobre solidariedade. Leia e comente.
"Solidarizo-me com as famílias das duas vítimas que perderam suas vidas no
desastre do viaduto em Belo Horizonte. Lamento profundamente pelo ocorrido e
posso imaginar quão devastados estão seus corações neste momento.
Solidarizo-me, também, com os/as parentes das quatro pessoas, que tiveram suas vidas ceifadas, vítimas de homicídio, neste sábado (05/07/2014), aqui em Feira de Santana, e com os outros milhares de familiares que partilham da mesma dor pelo Brasil afora.
Solidarizo-me, também, com as 16,9 mil mulheres que, de acordo com o Ipea, entre 2009 e 2011 foram vítimas de “feminicídio”, ou seja, “mortes de mulheres por conflito de gênero”, especialmente em casos de agressão perpetrada por parceiros íntimos.
Solidarizo-me com as inúmeras vítimas diárias, de violência e truculência policial, sobretudo os negros, periféricos e pobres.
Solidarizo-me com as minorias deste país, em sua luta diária contra as várias formas de violência, discriminação, intolerância e preconceito aos quais estão expostas.
Solidarizo-me com os inúmeros jovens que, ao longo de 500 anos de história, foram defraudados do seu direito à educação, pois aqueles que governavam o país nunca tiveram interesse de que o ensino superior fosse democratizado.
Solidarizo-me com os milhares de brasileiros que, durante 500 anos, viveram em condições miseráveis, abaixo da linha da pobreza, porque seus governantes atendiam aos interesses da elite dominante, e não lhes davam o peixe já pescado, nem sequer o anzol para que pudessem pescar.
Por fim, solidarizo-me, também, com aquela pessoa, vítima de um trágico episódio de violência praticado em campo de futebol, rendendo-lhe uma fratura e expondo-lhe a uma intensa dor. Ah, acredito que solidariedade não se atrela ao nome ou à personalidade que o representa, mas ao ser humano que é vítima de qualquer tipo de sofrimento, seja ele qual for. Solidariedade sim, sempre, a todos e todas que dela necessitam! Este jogador (um trabalhador, que ganha sua vida honestamente) poderia chamar-se Pedro, João, Marcos, José, mas, por acaso, ele se chama Neymar e eu me solidarizo com sua dor."
Samantha Costa
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