Pela
primeira vez em 47 anos de história, o acervo do Museu Regional de Artes (MRA),
localizado no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), passa por uma
avaliação completa. A análise técnica, que visa a conservação das obras, está
sob a responsabilidade do Instituto Cátedra, de Salvador, através do
conservador-restaurador Orlando Ramos Filho, com experiência em entidades
públicas e privadas de diversos estados brasileiros, inclusive no diagnóstico
das pinturas das paredes do Casarão Fróes da Motta, em Feira de Santana, por
ocasião da restauração do prédio, há cerca de 14 anos.
O
Instituto Cátedra foi selecionado através de cotação junto a empresas
capacitadas. O serviço contratado, requisito para elaboração de termo de
referência, vai subsidiar ações para a conservação do acervo, conforme
orientação do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac),
órgão responsável pela salvaguarda de bens culturais tangíveis e intangíveis e
pela política pública estadual do patrimônio cultural. Há cerca de 17 anos, foi desenvolvido um trabalho
semelhante, mas em apenas 20% do acervo do MRA.
Até o dia 02 de abril já estavam concluídos mais de 70% do diagnóstico, Orlando Ramos Filho
assegurou que o acervo “está estruturalmente bem conservado, à exceção de duas
ou três peças, que irão demandar um trabalho de restauro e não somente de conservação
como a maior parte deste patrimônio”.
Informações oficiais
O
acervo do MRA, exposto desde 1967 no prédio onde hoje funciona o Museu de Arte
Contemporânea (MAC), sob a administração da Prefeitura de Feira de Santana, foi
incorporado ao do Cuca em 1995 apenas com um arrolamento. Conforme Selma Soares,
diretora do Cuca, na atual gestão da Universidade Estadual de Feira de Santana
(Uefs) foi feito o inventário e, agora, o diagnóstico completo das obras de
artes, fase que antecipa a conservação e o restauro. Com isso, será possível
levantar informações oficiais sobre itens como peças, descrição formal, análise
estatística, de material e técnicas utilizadas.
O
trabalho vai constar de identificação e diagnóstico de conservação de 240 obras
de artes. Serão apontados os procedimentos, materiais e técnicas adequados para
as obras, individualmente, além de ações e indicativo de cronograma de
restauro, se necessário. Os serviços de conservação ou de restauração apontados
pela análise técnica serão iniciados logo após processo de licitação a ser
realizado de imediato, conforme Selma Soares, e contam o apoio do Instituto
Brasileiro de Museus (Ibram).
Orlando
Ramos Filho foi responsável pela restauração de várias obras no Pelourinho, da
Catedral Basílica e das Igrejas do Bonfim e de São Francisco, em Salvador, e
também na cidade histórica de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Também
desenvolveu trabalhos no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, nos Profetas de
Congonhas (obras de Aleijadinho), dos Teatros Municipais do Rio de Janeiro e
São Paulo, Teatro Amazonas, em Manaus, Convento e Igreja Matriz de Cairu na
Bahia, além de ser responsável pela implantação do setor de Conservação e
Restauro do Ipac, em 1976.
O
Museu Regional de Artes é dirigido pelo museólogo Cristiano Silva Cardoso. A
equipe é composta por Ana Cláudia Borja Paim (bióloga, responsável pela
conservação preventiva), Flávia da Silva Oliveira Borges, Islane de Araújo
Pereira (pedagogas do setor Educativo), Nilene Borges (técnico administrativo),
Aldo José Morais Silva (historiador), Elaine Santana, George Lima e Nilmara
Moreira (estagiários).
O
Cuca, entidade vinculada à Universidade Estadual de Feira de Santana, está
localizado na rua Conselheiro Franco, 66, centro, Feira de Santana. Contato
através do telefone (75) 3221-9766. Acesse www.uefs.br/cuca.
Texto
e fotos:
Everaldo
Goes – Ascom/Uefs.
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