Alô galera. Produzi esse texto na faculdade e achei interessante
postá-lo. Paz e luz!!
Nosso país é fruto da globalização. Quem seríamos nós se essa
interligação do mundo não acontecesse? Seríamos essa amálgama cultural que
somos? Ou melhor, estaríamos agora discutindo sobre esse tema? Então, no que
diz respeito a globalização, uma das fortes características da Tropicália, não
me resta dúvida de que somos frutos desse processo que é o universo: um eterno
crescimento proveniente do contato, da mistura. E, portanto, dizer que a
globalização é ruim ou boa não é a questão a ser feita, mas sim questionar se
essa via de circulação das coisas (intensificada pela internet, tv, etc) está a
serviço de uma padronização em escala de algo (servindo como instrumento de
domínio de uma minoria e alienando uma grande maioria) ou dando acessibilidade
à informações.
Então, como é que pode um povo de origem diversa, de jeito de agir dos
mais variados possíveis, de manifestações culturais das mais diversas viver
enclausurado em um padrão estético, social, político, religioso, entre outras
coisas? Para mim as explosões dos acontecimentos colocados por Robson foi algo
que cedo ou tarde iriam acontecer. João Gilberto nada mais fez (e lógico que de
maneira muito genial) do que trazer à tona a ideia do jargão que está em todos
os canais de comunicação do momento que é: “ser diferente é normal”. É cada um
no seu tempo, cada um fazendo o que sabe fazer e não buscando algo que não é
original ou copioso. Por falar nisso, me remeto logo a ideia da antropofagia de
Oswald de Andrade onde ele coloca que o homem tem que se alimentar das coisas,
das culturas diversas, das mais variadas fontes, trazer pra si, bater no seu
liquidificador cerebral e degustar a sua verdade que contem elementos diversos,
no entanto é algo novo, ímpar e nunca antes provado de tal maneira. Volto a
falar que estamos em constante mudança e crescendo na medida em que nós
entramos em contato com as coisas e ter acesso a isso é ter a possibilidade de
medrar. Sábias palavras de Tom Zé (citadas por Genivan) quando ele diz que “...
antes a morte da fome e da miséria do que a morte da falta de informação...”
porque é através da informação que pegamos esse bonde, essa lógica do universo
em expansão.
Falando mais especificamente da mídia, coaduno em gênero, grau e número
com o que Tom Zé e Arrigo Barnabé colocaram. A indústria fonográfica é o lucro
em pessoa, é o capitalismo querendo a produção em escala daquilo que está dando
certo para ele. E para isso, quando um produto é “bom”, ou seja, vende como
água, eles utilizavam dos veículos que interligam o mundo para escoar produções
“artísticas” efetivando assim os ganhos capitalistas.
Enfim, estamos a caminho da reafirmação para nós mesmos desse grande
caldeirão de elementos que somos. E esses acontecimentos que marcaram a
história da música brasileira e da cultura em geral é justamente o Brasil se
identificando e se assumindo enquanto um país mais próximo do que seria a
pós-modernidade (se é que a gente pode periodizar o tempo em que vivemos).
Marcel Torres
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