Abaixo,
sete lançamentos internacionais de 2013! Muita coisa boa ficou de fora da lista
abaixo? Isso é fato. Assim sendo, desde já aguardo críticas e sugestões.
1. Black Sabbath – 13
13 é o décimo nono álbum de
estúdio da banda de heavy metal Black Sabbath, consolidando um dos retornos
mais aguardados pelo mundo da música, especialmente do rock n’ roll. É o
primeiro álbum de estúdio lançado pelo Black Sabbath desde o irregular Forbidden (1995), e o primeiro com Ozzy
Osbourne nos vocais desde o ótimo Never
Say Die! (1978). As guitarras de Tommy Iommi e o baixo de Geezer Butler
continuam matadores; as letras continuam sombrias, suturnas e com flertes
místicos, o que pode ser comprovado em faixas como End of the Beginning e God is
Dead?; a batera de Brad Wilke (substituindo o “fora de forma” Bill Ward,
nas palavras do próprio Ozzy) cumpre bem o seu papel; e os vocais do “Príncipe
das Trevas”, embora não seja mais o mesmo dos tempos áureos, ainda dá conta do recado.
Em suma, trata-se de um retorno que superou todas as expectativas em um
belíssimo album, coeso e pesado na medida certa.
2. Paul McCartney – New
O eterno ex-beatle nos brinda com mais um
belo trabalho, provando estar em plena forma em termos de vitalidade e talento
mesmo com o passar dos anos. Em New,
conforme o próprio nome sugere, o veterano músico propõe renovação (com direito
a doses de batidas eletrônicas), aliado a referências ao som dos Beatles e do
Wings (grupo que formou ao deixar o “quarteto mais famoso do planeta”). Com tanta autorreferência, há uma inegável
mistura de nostalgia com alegria ao longo das 12 faixas.
3. Pearl Jam – Lighting Bolt
O quinteto estadunidense vem nos últimos
lançamentos recuperando um pouco do fôlego que parecia estar se esvaindo a
julgar por albuns bem irregulares que vinha lançando desde o ótimo Yield (1998): o Binaural (2000) e o Riot Act
(2002). Desde então, vieram dois bons album: o Pearl Jam (2006) e o Backspacer
(2009). E em Lighting Bolt, a fórmula
dos bons tempos se repete: o bom e velho rock n’ roll visceral que consagrou a
banda, com referências ao punk rock (Mind
Your Manners), ao blues rock (Let the
Records Play) ao stoner rock (Infallible)
e ao southern rock (Future Days).
Enfim, esse é o bom e velho Pearl Jam!
4. Alice in Chains - The Devil Put Dinosaurs Here
Este é o quinto álbum de estúdio do quarteto estadunidense,
mais um sobrevivente do movimento grunge, oriundo da cidade de Seattle,
na década de 90. O álbum foi muito bem recebido pela crítica, superando o álbum
anterior, o bom Black Gives Way to Blue (2009). As
canções são mais longas em relação a duração padrão de suas músicas. Para quem
já está acostumado ao som do grupo, poucas novidades: um rock n’ roll visceral
e pesado, com letras críticas e densas. Aos que já haviam decretado o fim do
grupo, com a morte do ex-líder, o carismático e doidão vocalista Layne Staley,
em 2002, esse album é uma resposta em grande estilo.
5. David Bowie – The
Next Day
The Next Day é o vigésimo sétimo
álbum do cantor e compositor britânico David
Bowie e foi o primeiro álbum de inéditas do artista em dez
anos, desde o bom Reality (2003). Na
primeira semana de lançamento, o álbum se tornou o mais vendido no Reino
Unido. O “camaleão” demonstra que está em plena forma
criativa, em um álbum ao mesmo tempo dançante, experimental e vibrante, com
momentos também introspectivos.
6. Arcade Fire –
Reflektor
Esta ótima banda canadense chega ao seu quarto álbum em
grande estilo, provando que a cena indie
é muito mais criativa do que muitos críticos “cabeçudos” podem sugerir. No
sensacional Reflektor, o grupo propõe em suas letras
um debate acerca das relações humanas, sobre nossa contemporaneidade,
cada vez mais apressada, sem tempo para um respiro que nos possibilite realizar
“onde vamos parar?”, conforme sugerido no próprio título do trabalho.
Instrumentalmente, o som está mais dançante, mais calcado na dance music dos anos 80 (o que já vinha
sendo flertado em trabalhos anteriores do grupo), fruto da produção de James
Muphy, um dos magos contemporâneos da música eletrônica.
7. Janelle Monáe –
The Eletric Lady
Esta excelente cantora e dançarina estadunidense poderia facilmente ter
se tornado uma diva pop nos moldes de suas contemporâneas Beyoncé ou Rihanna.
Ela canta, dança e compõe muito melhor que as duas juntas. Enfim, para a graça
dos apreciadores de boa música, ela seguiu seu próprio caminho de maneira
primorosa. Se no album anterior, o ótimo The
Archandroid (2010) ela já vinha mostrando um talendo primoroso em compor trabalhos
conceituais, calcados instrumentalmente no soul, funk e no rhythm
n’ blues, em The Electric
Lady, Monáe dá prosseguimento
a essa mesma fórmula, porém sem de forma mais coesa e sem o tom orquestral do
citado album de estréia. Um album que tem todo o potencial para se tornar um
clássico dentro do gênero.
Henrique Magalhães
Biólogo, professor, pesquisador e
colecionador de discos de vinil
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