por Lusa

Sete candidatos brasileiros concorrem ao "Prix de Lausanne", um dos concursos de dança mais respeitados a nível mundial, e um deles é mesmo protagonista do cartaz desta 42.ª edição, que decorre até sábado, Suíça.

Durante esta semana, Lausanne será a capital da dança, clássica e contemporânea, acolhendo em competição 73 jovens de 15 países, que vão ser avaliados por um painel de nove especialistas, entre os quais o diretor da Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa, Pedro Carneiro.

A diretora artística de "Prix de Lausanne", Amanda Bennett, explicou à Lusa que houve "três fontes de pré-seleção" dos candidatos - "uma na Argentina, uma na Europa e uma mundial, através de DVD" -, sublinhando a popularidade da dança, no Brasil e o número de concorrentes brasileiros que participam regularmente na prova.
Este ano, o "Prix de Lausanne" selecionou sete candidatos brasileiros, os únicos de América Latina.


A diretora do Centro de Dança Rio, Mariza Estrella, disse à Lusa que a falta de companhias profissionais e oportunidades, NO Brasil, incentiva jovens bailarinos do país a tentar a sorte nos concursos internacionais - o que também explica o elevado número de bailarinos brasileiros a trabalhar no estrangeiro.

"A imagem do cartaz [desta edição do prémio] foi uma surpresa para nós, porque é escolhida seis meses antes do concurso", disse por seu lado a diretora artística Amanda Bennett, que iniciou o seu mandato no ano passado.

A surpresa deixou de boca-aberta a escolhida, Bianca Teixeira, de 16 anos. "Quando soube, nem acreditei", disse à Lusa a jovem bailarina, que concorre em Lausanne, pela segunda.
"Estou mais madura. Este ano já sei como se passa. São os mesmos professores [no concurso], portanto estou com mais calma", acrescentou Bianca, aluna do Estúdio de Dança 
Adriana Soares, em São Paulo.

Originário de São José do Rio Preto, Pedro Maricoto de Carvalho Salles começou a dançar aos 10 anos, mas agora, com 18, é tempo de iniciar uma carreira profissional numa companhia. "É uma oportunidade para a minha carreira", disse à Lusa o jovem bailarino do Pavilhão D de São Paulo.

Ana Mantegari de Castro Abreu, de 18 anos, diz que esta semana vai aprender muito, "sobretudo olhando", já que a competição reúne jovens talentos internacionais e os melhores professores de dança.

Aluna do Centro Dança Rio, Carolina Bastos, 15 anos, sente que está a adaptar-se bem, num dia em que os bailarinos também tiveram aulas num palco inclinado. "Já dancei algumas vezes em palcos inclinados, estou-me acostumando bem", disse à Lusa. "Agora vamos esperar o resultado final. Estou muito feliz", disse nesta sua primeira visita à Suíça.
Ao contrário de outros concursos, no "Prix de Lausanne", os candidatos participam, ao longo da competição, em sessões com professores, sendo avaliados diariamente pelo júri. Esta característica, que valeu o reconhecimento da prova, faz com que a semana se perspetive cansativa, física e psicologicamente, mas também enriquecedora para as futuras estrelas da dança.

"No ano passado, tudo correu bem, mas temos de estar sempre atentos. Temos de manter os horários, por causa da televisão e do `live streaming` [no site do prémio], na internet", explicou Amanda Bennett.

Maria Clara Marinho Coelho (15 anos), Vinicius Silva (16) e Paula Alves (17) são os outros candidatos brasileiros, representando respetivamente a escola de Balletarrj, do Rio, o Balet do Teatro Escola Basileu França, em Goiânia, e a Especial Academia de Ballet, em São Caetano do Sul.

"Hoje, o mundo da dança requer o domínio tanto do repertório clássico como contemporâneo, e nós estamos à procura de bailarinos que possam adaptar-se a essa exigência da profissão", disse à Lusa a diretora artística. "Portanto, é uma semana em que tentamos encontrar os jovens bailarinos profissionais do futuro, os novos talentos", concluiu Amanda Bennett.