Feira de Santana, a
maior cidade do interior da Bahia e uma das maiores do Nordeste, tem um número
crescente de artistas de todas as áreas e de público ansioso para acessar
produtos culturais. No entanto, mesmo diante desta realidade, a cidade ainda
está muito aquém do que seria o esperado no que diz respeito às políticas
públicas para a cultura. É urgente e visível a necessidade de uma Secretaria
Municipal de Cultura mais atuante e diversa em seus objetivos, que cumpra o seu
papel de fomentadora das artes e facilitadora do acesso da população a ela. É
oportunidade de mudar, de deixar de lado o aspecto de uma Secretaria promotora
apenas de eventos de massa, para assumir o papel de incentivar artistas e
produtores locais, bem como atender à demanda dos diversos públicos da cidade.
Portanto, está na hora de diversificar os
investimentos municipais da cidade para eventos em que sejam priorizados os
diversos públicos culturais que habitam a cidade, o contrário do que temos
visto até hoje: grandíssimo público e monopólio de poucas linguagens
artísticas. Não é acabar com uma perspectiva, mas incorporar outras, dar
oportunidade e reconhecer também outros valores. Entendendo que toda
reivindicação deve vir acompanhada de propostas, o Feira Coletivo Cultural pensou e discutiu durante
o ano de 2012 algumas pautas destinadas a servir como propostas para a
nova Secretaria de Cultura formada em 2013, a qual esperamos que seja composta
por pessoas mais sensíveis às demandas da população e aos anseios dos artistas
e produtores de nossa grande cidade.
Acreditamos que o foco principal para que a nova Secretaria revolucione
o cenário cultural da cidade é deixar de lado a apatia reinante anteriormente e
assumir uma postura mais atuante, onde existam projetos e políticas pensados
através de diálogos com grupos e indivíduos da área artística e os produtores
culturais. Consideramos também que a revitalização do Conselho de Cultura é
fundamental e lembramos que o primeiro passo para isso é a convocação de novas
eleições – tendo em vista que o prazo de 02 anos já expirou sem que nenhuma das
principais pautas fossem conquistadas ou sequer discutidas, a saber:
Implantação do Fundo de Cultura Municipal; Implementação de uma política de
editais que sirva como uma alternativa além do pró-cultura; Inclusão da cidade
no Sistema Nacional de Cultura.
Para começar a estabelecer um diálogo propositivo, listamos alguns
pontos que julgamos fundamentais para o estímulo e difusão da produção cultural
de nossa cidade:
§ Realização de um mapeamento cultural na
cidade;
§ Melhor gestão dos equipamentos
culturais dos quais a cidade dispõe – a exemplo do Centro de Cultura Maestro
Miro e do Teatro Margarida Ribeiro – e implantação de outros centros culturais,
principalmente nos bairros, que se convertam em espaços atuantes e abertos à
comunidade;
§ Formação e capacitação de agentes e
técnicos culturais, sendo este um elemento importante para a qualificação e
profissionalização deste setor na cidade, além de ser uma ação geradora de
emprego e renda. Neste sentido, sugerimos que a Fundação Egberto Costa seja
responsável por elaborar projetos com este objetivo;
§ Maior clareza no orçamento destinado
à cultura e melhor distribuição deste orçamento destes investimentos para que
não fiquem restritos aos “grandes eventos” como a Micareta, a Expofeira e o São
João;
§ Fortalecimento da identidade e
diversidade cultural da cidade;
§ Fomento às diversas manifestações
artísticas como a literatura, a cultura popular, as artes visuais, a música e
as artes cênicas;
§ Projetos que trabalhem com as
transversalidades de setores como Cultura, Educação e Saúde Pública, no intuito
de oferecer mais opções aos jovens, crianças e adultos ao passo em que auxilia
no combate a problemas corriqueiros que atingem a nossa cidade.
Fonte: Feira Coletivo Cultural
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