Por Bruno Lopes


Os desafios da juventude do PT de Feira de Santana não são poucos, a conjuntura desenhada após o processo eleitoral, revela a existência de grandes lacunas políticas refletidas nas urnas e que precisam urgentemente de respostas. A vitoria do candidato do DEM, deixa claro que falta em Feira uma nova movimentação dentro da esquerda, capaz de impedir o aprofundamento da agenda política conservadora, que saiu vitoriosa também em Salvador.O ano de 2013 não será fácil, o cenário político que se desenha, aponta para sucessivas tentativas da direita em  desgastar ainda mais o PT, Dilma e Lula, tendo em vista as eleições de 2014.Assistimos a tudo passivamente e esquecemos de entender em que contexto sócio histórico esta situado o PT, para conscientes fazermos a defesa do projeto.

O PT cometeu vários equívocos, se distanciou da sua base histórica, construiu uma correlação de forças com setores conservadores, se viu afundado em uma crise ética e hoje assiste a um crescimento dos filiados, sem qualidade, sem formação e distantes do ideário socialista. Esse distanciamento, os interesses individuais e o desconhecimento do significado e da importância do PT na construção de uma agenda progressista, dificulta qualquer debate, contribuindo cada vez mais para a burocratização e institucionalização do partido.
Distante das massas, dos homens e mulheres que lutaram por liberdade e sonharam com um pais justo, capaz de inverter as prioridades, o Partido dos trabalhadores deixa de cumprir com seu compromisso histórico, de educador e aprendiz, captador das demandas dos(as) excluídos, para correr o risco de acompanhar e sofrer mais um golpe, só que dessa vez articulado por setores da mídia e do judiciário, todos aliados da direita raivosa, herdeira da ditadura e responsável pelo aprofundamento das políticas neoliberais nos anos 90.
Diante dessas contradições, temos hoje um país soberano que vem implantando desde o governo Lula, um estado de bem estar social com concentração na políticas sociais, redistribuindo renda e consolidando políticas publicas especificas voltadas para as mulheres, população LGBTT, quilombolas, jovens e etc.

Portanto o desafio posto para a juventude do PT, vai muito alem da defesa dos projetos de governo, ele se inicia através do posicionamento político no questionamento das práticas do fazer política, ou seja, na negação da velha forma política, que legitima a violência, o machismo, a corrupção, a discriminação  e todas as formas de opressão. Nesse caso a alternativa para a JPT, esta na ousadia de retomar o protagonismo nas lutas sociais, pautando a importância da formação política, do dialogo com os movimentos organizados e colocando na agenda política, temas como a reforma política, a democratização dos meios de comunicação e a violência contra a juventude negra.

Nesse cenário de incertezas e de posições ideológicas bem obscuras, sabemos de que lado estamos, restando apenas a coragem de partir para o enfrentamento, colocar a estrela no peito e sem medo tomar as ruas, para que o PT não morra na memória  dos trabalhadores (as), mas que continue sendo um  instrumento vivo na transformação do Brasil, da Bahia e de Feira de Santana.

Bruno Lopes de Jesus - grampoppl@hotmail.com - Militante da JPT de Feira de Santana, estudante de ciências sociais UFBA e redutor de danos.


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