A Associação Cultural Moviafro de Feira de Santana realiza até 30 de novembro a 9ª edição do Projeto Novembro Negro Moviafro, reforçando seu compromisso com a educação antirracista e com a ampliação do debate sobre letramento racial na cidade.

Com o tema “O seu conhecimento acadêmico chega na periferia?”, a iniciativa provoca estudantes, professores e comunidades a refletirem sobre a circulação do conhecimento e a urgência de democratizar o acesso à produção acadêmica. As atividades estão sendo realizadas em escolas municipais e estaduais selecionadas por meio de chamamento público, ampliando o alcance do projeto e fortalecendo a presença da pauta racial no cotidiano escolar.



A escolha pelos ambientes educativos é estratégica: ao ocupar as escolas, a Moviafro reafirma a educação como caminho de transformação social. “O combate ao racismo passa, necessariamente, por onde as identidades são formadas. Levar esse debate para dentro das escolas é um ato de compromisso com o futuro”, afirma Valfredo Conceição, coordenador da Moviafro.




Mesmo diante de limitações orçamentárias e da necessidade de reestruturar sua sustentabilidade financeira, a Associação segue desenvolvendo ações contínuas. O trabalho voluntário de educadores, parceiros e apoiadores tem sido fundamental para manter o projeto ativo e presente nos territórios onde ele é mais necessário.


Selo comemorativo – uma década de resistência


Paralelamente às atividades do Novembro Negro, a Moviafro se prepara para celebrar, em 2026, seus 10 anos de atuação. Para marcar a data, será lançado um selo comemorativo, que simboliza uma trajetória construída com luta, resistência e persistência.


Ao longo dessa década, a instituição realizou projetos que fortaleceram a cultura negra, ampliaram o letramento racial e promoveram ações afirmativas em escolas, comunidades e espaços públicos de Feira de Santana. O selo também homenageia todas as pessoas que contribuíram para essa construção: voluntários, educadores, estudantes, parceiros e apoiadores.




“Chegar a uma década não é apenas uma marca histórica é a prova de que a resistência coletiva constrói legado”, destaca Valfredo. “Seguimos avançando, mesmo entre desafios, porque acreditamos no impacto transformador que a educação e a cultura negra têm na vida das pessoas.”




Fotos: Divulgação - MoviAfro

Enviado por Orisa Gomes - Jornalista e Assessora de Comunicação e Mídias Sociais.