Mulheres
em situação de violência doméstica atendidas pelo Centro de Referência Maria
Quitéria (CRMQ), em Feira de Santana, participaram de uma série de oficinas de
capacitação, promoção à saúde integral e desenvolvimento pessoal na primeira
edição do projeto “Mulheres em Transformação: Ser, Fazer e Reviver”, promovido
pela Estácio. A ação, que ocorre semanalmente desde outubro, foi encerrada
nesta quarta-feira (1º).
Durante
os encontros, as participantes percorreram trilhas com oficinas e palestras
voltadas ao incentivo à autovalorização, geração de renda e retorno à rotina de
vida com segurança. Elas aprenderam sobre aproveitamento integral de alimentos;
produção de sabão líquido com óleo de cozinha; elaboração de contratos com
segurança jurídica; empreendedorismo e gerenciamento de clientela;
autoconhecimento; marketing digital e elaboração de currículo, entre outros
assuntos. E também receberam dicas de cuidados com a saúde da mulher, prevenção
de câncer de mama, ginástica laboral e orientações para indivíduos com sequelas
da Covid-19.
Tereza
foi assídua no projeto e celebrou o aprendizado adquirido: “Vimos aqui muita
coisa boa, só temos a agradecer, pois foi muito bom pra nós”, afirmou. Já para
Darci, também assistida pelo CRMQ, o projeto representou um crescimento na área
profissional. “Aprendi muito com as dicas de como manter um negócio próprio. Já
tenho um, porém, informal, e aqui soube como formalizar e tratar o cliente. E
também no lado psicológico, toda essa vivência foi muito proveitosa”, disse.
Para Beth, foi gratificante saber um pouco mais a cada dia: “Trouxe muita
experiência desde a parte de culinária até as lições de saúde. Aprendemos a nos
cuidar e nos conhecer”, considerou.
Segundo
Thalita San Martin, gerente acadêmica da Estácio, a missão do projeto é
investir nas mulheres, promovendo e fortalecendo o protagonismo das suas
histórias por meio do acesso ao conhecimento, a fim de que elas adquiram
condições para mudar sua trajetória de vida.
Para
tanto, o projeto foi elaborado por uma equipe multidisciplinar composta por
coordenadores das áreas de Saúde, Jurídica e Negócios, a fim de desenvolver
valores do ser mulher, como respeito à sua singularidade e subjetividade,
habilidades e empoderamento para o reviver.
“Buscamos
exercer e cumprir o compromisso social da Estácio Feira de Santana. Este
projeto contribui para a construção de uma sociedade mais humana, justa e
sólida, vencendo o círculo da marginalização que tem destruído vidas de muitas
mulheres”, pontua Thalita.
Lei Maria da Penha
A
Lei Maria da Penha, instituída há 15 anos, criou mecanismos para prevenir e
coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, possibilitando que
punições mais severas sejam aplicadas aos agressores. No entanto, é necessário
incentivar que as vítimas encontrem meios de sair desse cenário com
independência emocional e financeira.
De
acordo com a coordenadora do CRMQ, Ivone Melo, capacitar é uma das formas de
enfrentar o problema. ”O projeto Mulheres em Transformação proporciona uma
promoção da autonomia, autoestima e garantia de direitos, bem como uma
possibilidade de geração de renda e seguridade”, observa.
As
atividades foram realizadas por docentes dos cursos de Direito, Administração,
Nutrição, Fisioterapia, Biomedicina e Psicologia da Estácio. O evento é
resultado de uma parceria da instituição com a prefeitura de Feira de Santana
por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres.
Violência em números
Segundo
pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública (FBSP), cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência
física, psicológica ou sexual no último ano. É o equivalente a uma em cada
quatro mulheres acima de 16 anos com relatos de algum tipo de violência sofrida
no último ano no Brasil.
Em
Feira de Santana, de acordo com um levantamento da Secretaria de Políticas Para
as Mulheres, a procura por atendimentos no CRMQ aumentou em 40% durante a
pandemia. E as principais queixas apresentadas pelas vítimas se referem a
violência física, psicológica e patrimonial.
Enviado por Vívian Rodrigues
Fonte: Assessoria Estácio
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