Imagem: Pixabay

                                    
                                    Everton Nery


Amar é um verbo, sendo, pois, uma ação.

Amor é substantivo, é uma emoção.

Não se trata de uma individualidade.

Eis a emoção na esfera da coletividade.


Alguns dizem que amar é um falar.

Outros dizem que é um expressar.

Não posso calar:

Amar é escutar!



Para isso é preciso conhecer.

Conhecer a si mesmo,

e também o outro

diferente de você.


Acredita-se até que: 

A força do amor é a paixão.

Sendo o conhecimento o fundamento do amor.

Intuímos que a paixão é seu abismo.


O amor é como descer o vale, indo à profundeza.

A emoção do amar é uma viagem existencial.

Descer o abismo com alguém ao lado.

É um caminho de intimidade.


O amor não é uma caçada.

Não é um egoísmo por prazer.

Ele é um florescer...

Em pleno vale do eterno amanhecer.


No florescer do amor há um fulgor.

Esse do propósito do espírito.

Eis que o ser humano é um espírito com propósito,

não é, pois, um depósito!


Ao estar se dirigindo ao abismo do ser...

O amor vai revelando a força vital,

Esta que emana da cumplicidade da descida

A intimida na acolhida.


A intimidade é a verdade do amor.

Essa que é conquistada,

construída e desejada,

na relação do amor com a pessoa amada.


É importante continuar indo ao profundo.

Visitar nossos abismos.

Abandonando os rancores.

Deixando fluir os amores.


Nas profundezas dos nossos abismos.

Reconhecemos nossas existências:

aquela da ipseidade,

junto a alteridade.


Primamos na descida pela liberdade,

pelo ingrediente da relação de intimidade

com o autoconhecimento.

Amor como libertação de todo sofrimento.