Xilogravura – ’Maria Quitéria’ do Mestre Luiz Natividade. Disponível na Coleção “Coisas do Meu Nordeste“, de propriedade do autor.


Próximo dia 02 de dezembro de 2017(sábado), a partir das 9:30 da manhã, acontece no Palco do Mercado de Arte Popular, Sarau com o tema 'Maria Quitéria'. Eis aqui a minha homenagem a nossa Grande Heroína.

Grande Maria Quitéria
Nivaldo CruzCredo



1
Um tal soldado Medeiros,
Se alistou em São Simão,
Para servir em Cachoeira,
Naquele nobre batalhão
E com outros heróis,
Mudou o rumo da nação.
2
Grande Maria Quitéria,
Nossa soldado Medeiros,
Forte, brava e valente,
Junto a outros guerreiros
É motivo de orgulho
Para o povo brasileiro.
3
Sem temer nem a morte,
Nem derrota ou preconceito,
Partiu para a batalha
Lutou com o seu jeito,
Conquistando a todos,
Impondo o seu respeito.
4
Quebrando paradigmas,
Mostrando o seu valor,
Passou por cima de tudo,
Machismo, decepção, dor,
Venceu os portugueses,
Conheceu o imperador.
5
Pedro primeiro entusiasmado,
A baiana condecorou
Com a maior honraria
Que o seu império criou,
Pois o sonho da liberdade,
Foi Quitéria quem afirmou.
6
Mas quem nasceu para a luta,
Não se acostuma com a paz,
Voltando para a sua vida
Quitéria não se satisfaz,
Se isola, e no ostracismo
Ela se torna incapaz.
7
Vivendo a vida comum,
Lá na terra de Sant’Anna,
Na terra de toda feira,
De gado, farinha e banana
A soldado não existe mais
Agora é sertaneja baiana.
8
Vivendo para a família,
Marido e filha então,
Segue a dita rotina
Das mulheres do sertão,
E assim a vida passa
Sem nenhuma alteração.
9
Nossa heroína termina
De forma que dar tristeza,
Pobre, cega, dependente,
Fim de vida sem beleza,
Isso ela não esperava,
Tenho plena certeza!
10
Mil oitocentos e 53
Dia 21 de agosto,
A morte que é certa
Vem trazer o desgosto
E a carrega da terra,
Tira Maria do seu posto.
11
Enterrada sem honra,
Na igreja de Santana,
No bairro de Nazaré,
Lá na capital baiana,
Naquele cemitério está
Do exercito e patrona.