Realizado a cada dois anos e considerado um dos mais
importantes eventos de inclusão cultural do país, o Assim Vivemos – Festival
Internacional de Filmes sobre Deficiência chega à sua 8ª edição, exibindo até o
próximo dia 28, no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro (CCBB
Rio), 32 filmes de 20 países, entre eles o Brasil. São documentários inéditos,
de curta e média metragem, que contam histórias protagonizadas por pessoas com
diversas deficiências, como síndrome de Down, autismo, paralisia cerebral,
atrofia muscular espinhal, e deficiências física, visual, auditiva e
intelectual.
O relacionamento delicado entre uma garota especial e o
universo que a rodeia é o tema do curta “Luiza”, de Caio Baú, um dos
representantes brasileiros na mostra. No filme, a sexualidade serve como fio
condutor para abordar questões como preconceito, relacionamento entre pais e
filhos, superproteção familiar, autonomia, diferenças e amor.
“Ao mesmo tempo em que nos leva a refletir sobre aspectos
fundamentais da vida em sociedade e do autoconhecimento, o festival também faz
refletir sobre o nosso país, por meio da comparação com as mais diversas
culturas e sociedades representadas na seleção”, afirmam os curadores do
evento, Lara Pozzobon e Gustavo Acioli, em texto sobre a mostra. Eles
acrescentam que essa comparação é sempre reveladora, “principalmente quando
descobrimos que somos mais avançados no que pensávamos que éramos atrasados, e
mais atrasados no que pensávamos que éramos avançados”.
Os Estados Unidos, o Reino Unido, Canadá, a Austrália,
Suíça, Itália, Espanha, Polônia, Bulgária, Finlândia, Espanha, Turquia,
Ucrânia, Tailândia, a Alemanha, Rússia, Índia, Myanmar e a Letônia, além do
Brasil, formam a lista dos países que tiveram produções selecionadas para o
festival. Além da exibição de filmes, a programação do evento conta com quatro
debates sobre os temas A visão e os sentidos da arte; Corpo e movimento;
Tecnologia assistiva de ponta e Amor e relacionamento.
Como não podia deixar de ser, a acessibilidade para todos os
públicos é preocupação fundamental dos organizadores do festival. Nesse
sentido, o CCBB Rio oferece as condições mínimas necessárias para o evento, uma
vez que tem sua arquitetura concebida para o acesso de pessoas com mobilidade
reduzida e cadeirantes.
Além disso, o festival oferece audiodescrição em todas as
sessões e catálogos em Braille para pessoas com deficiência visual. Já as
pessoas com deficiência auditiva contam com legendas eletrônicas nos filmes e
interpretação em Libras nos debates.
Desde a primeira edição, em 2003, o CCBB abriga o Assim
Vivemos, que depois do Rio segue para os centros culturais do Banco do Brasil
em Brasília (este ano, de 5 a 17 de setembro) e São Paulo (de 20 de setembro a
1º de outubro). “Acreditamos que o cinema, seja pelo filme de ficção ou pelo
documentário, tem sido grande ferramenta de conscientização, e o festival tem
contribuído bastante ao transportar o público para as mais diversas realidades
e situações que envolvem a questão da deficiência”, avalia o gerente-geral do
CCBB Rio, Fabio Cunha.
A programação completa está disponível no site
www.assimvivemos.com.br . O CCBB Rio fica na
Rua Primeiro de Março, 66, no
centro.
*Edição: Graça Adjuto
*Paulo Virgilio – Repórter da Agência Brasil
Fonte: Comunique-se
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