O
Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) está com quatro exposições simultâneas
neste verão que se iniciou oficialmente neste dia 21 de dezembro. A mostra ‘Só
Cabeças’ está no casarão até 20 de fevereiro. Já a capela do século XVIII, hoje
espaço expositivo, está com a elogiada exposição ‘Hiperfotos-Salvador’ até 29
de janeiro, enquanto a Galeria 3 apresenta ‘Tertúlias Visuais’ com o resultado
das Oficinas do museu. Por fim, o ‘Acervo do MAM-BA em Memórias Bordadas’
aberta na Galeria Subsolo até 8 de janeiro. O MAM fica na Avenida Contorno,
s/nº.
A
visitação acontece de terça a domingo, das 13h às 18h, e entrada gratuita.
Visitas dirigidas são pré-agendadas. Informações via telefones (71) 3116-877 e
3116-8007. Especialmente neste final de ano, em função das festas, o MAM fecha
nos dois finais de semana (23 e 24, 30 e 31). Nos dias 28, 29 e 30, o horário
de visitas muda de 10h às 15h, em função dos shows de Réveillon que acontecem
no Comércio.
“O
MAM é um dos principais pontos de visitação em Salvador; além da peculiaridade
arquitetônico-histórica dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, esse importante
centro cultural mantém agora exposições constantes e gratuitas abertas a estudantes,
pesquisadores e ao público em geral”, afirma o diretor geral do Instituto do
Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), João Carlos de Oliveira. O
museu mantém ainda atividades sócioeducativas e grandes eventos como a JAM no
MAM que tem apoio do governo estadual. Os principais museus baianos, como o
MAM, Palacete das Artes, Museu de Arte (MAB), Solar Ferrão e outros, são
administrados pelo IPAC.
PATRIMÔNIO do BRASIL – O diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira, explica
que o MAM tem projeto original da ítalo-brasileira Lina Bo (1914-1992)
instalado no complexo arquitetônico que tem conformação de uma ‘quinta
portuguesa’ do século XVII. “Este conjunto urbano é reconhecido oficialmente
pelo IPHAN como Patrimônio Cultural do Brasil desde 1943”, relata o gestor
estadual. Segundo ele, com as obras da Avenida Contorno, iniciadas em 1960 sob
coordenação do arquiteto modernista baiano Diógenes Rebouças, o Unhão poderia
ser destruído.
“Rebouças
conseguiu mudar o projeto para não danificar o Forte de São Paulo (século XVIII
e tombado em 1938) e o Unhão, e Lina Bo atuou junto ao governo da época para
salvar o complexo e reformá-lo como museu”, conta João Carlos. Na nova reforma,
o IPAC tenta resgatar o projeto original de Lina para o MAM. Composto por
capela, casarão, salões expositivos, pátios, café, reserva técnica e áreas
verdes, o MAM possui 5.455 m² de área construída e 10.047 m² de área total.
INTERNACIONAL – Como é ponto turístico de visitação internacional, o MAM
é um dos locais mais procurados para registros de vídeo, filmagens e fotos. “É
um espaço de uso público que recebe mais de 200 solicitações para gravações de
TV e produções fotográficas a cada ano; assim como outros museus e espaços do
Instituto em Salvador”, afirma o assessor de Comunicação do IPAC, Geraldo
Moniz. Ele ressalta que o IPAC, com 50 anos de criado, detém capacitação
técnica para avaliar gravações que ocorram nos seus prédios.
Confira
as exposições e atividades no facebook: ‘Museu de Arte Moderna da Bahia’.
Conheça os museu do IPAC: www.ipac.ba.gov.br/museus.
Assista vídeo: http://goo.gl/Hjxtkc. Acesse:
www.ipac.ba.gov.br, facebook ‘Ipacba
Patrimônio’, twitter ‘@ipac_ba’ e instagram ‘@ipac.patrimonio’.
Box opcional 1 – HISTÓRIA MAM/UNHÃO –
O conjunto do Unhão foi construído ao longo de três séculos (XVII, XVIII e
XIX). Embora situado praticamente dentro da cidade, esse conjunto era um
complexo agroindustrial do mesmo gênero dos engenhos de açúcar, com casa
grande, capela e senzala. Seu extenso cais e armazéns fazem supor que sua
função fosse a de recolher e exportar a produção de engenhos do Recôncavo. O
inventário do Visconde da Torre de Garcia D'Ávila refere-se a um grande
alambique ainda funcionando em 1853, provavelmente com o mel enviado do
Recôncavo. Até aquela época o solar só possuía dois pavimentos e "água
furtada em ambas as frentes com três janelas e duas nos lados laterais".
Sua distribuição funcional segue o esquema vigente em todo o período colonial:
térreo, utilizado como serviço; 1º andar, ocupado pela família; água furtada,
utilizada como dormitório de criados. A planta da capela (1794) é típica das
igrejas matrizes e de irmandade do começo do século XVIII, apresentando, porém,
uma particularidade: nave e capela-mor da mesma largura e altura. Sua fachada
rococó tardio deve ser do século XIX. Terminações das torres inspiradas nas
coberturas à Mansard, semelhante às das igrejas de N. S. do Pilar e Convento do
Carmo. (FONTE: Inventário de Proteção do Acervo Cultural da Bahia – IPAC).
CRONOLOGIA
1584 -
Gabriel Soares de Souza doa, por testamento, aos Beneditinos, o terreno em que
se encontra a fonte que perpetuou o seu nome;
1690 -
Residia aí o desembargador Pedro de Unhão Castelo Branco.
Em princípios
de 1700 foi comprado por José Pires de Carvalho e Albuquerque, o velho, que
estabeleceu morgado;
1740 -
1ª referência à capela - batizado de uma neta do proprietário;
1757 -
O Pe. Manuel de Lima (da Vitória) descreve a capela com fachada para o poente;
1759 -
Salvador Pires de Carvalho e Albuquerque sucede o pai (José) na posse do
morgado. Passa a seguir, a seu filho José Pires de Carvalho Albuquerque (o II),
e deste para o sobrinho e genro, de igual nome, Secretário de Estado, a quem
Vilhena se refere;
1787 -
Vistoria da Câmara a uma vala que deveria lançar suas águas no aqueduto que
atravessava a fazenda Unhão;
1794 -
A igreja é reedificada. No começo do séc. XIX, a propriedade pertencia a
Antônio Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, Visconde da T. de Garcia
D'Ávila;
1816 -
O suíço Meuron instala fábrica de rapé, que funciona até 1926;
1853 -
Morto o Visconde, passa à sua filha casada com Antônio Muniz Barreto de Aragão;
1880 -
Ainda se rezava missa na capela;
1917 -
É vendida a Clemente Pinto de Oliveira Mendes;
1928 -
Passa a Valeriano Porfiro de Souza, que a transformou no trapiche Sta. Luzia.
Seus descendentes venderiam depois para o Estado.
Restaurações
e intervenções realizadas:
1946 -
Obras de estabilização, conservação e limpeza;
1959 -
O Governo do Estado decide construir a Avenida de Contorno, ligando os bairros
do Comércio e Barra. O IPHAN promove vistoria no local e adverte sobre os
perigos para o conjunto;
1960 -
São iniciadas as obras da Avenida do Contorno, cujo projeto previa uma das
pistas passando entre o solar e a capela e a outra destruindo o aqueduto e
fonte, o que provoca reação da imprensa. Arq. Diógenes Rebouças propõe um
traçado alternativo da avenida, ligando o Comércio ao Vale do Canela, que não
interferia no solar;
1962/63
- O conjunto é restaurado pelo Gov. do Estado, para sede do M. de Arte Popular
da Bahia, sendo o projeto elaborado pela arq. Lina Bo Bardi e aprovado pelo
IPHAN. Nesta oportunidade, foi criada escada helicoidal de ligação do 1º com o
2º andar, obra de notável desenho contemporâneo. Na igreja e em alguns
pavilhões foi substituído o reboco por "chapiscado", então em voga,
por influência do Brutalismo.
Crédito
obrigatório Fotos anexas - Lei nº 9610/98:
Assessoria
de Comunicação – IPAC
Jornalista
responsável Geraldo Aragão (DRT-BA nº 1498)
Coordenação
de Jornalismo e Edição: Marco Cerqueira (DRT-BA nº1851)
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