Música,
dança, teatro, artes plásticas e visuais, fotografia, cinema, cultura popular, paisagismo,
artesanato, literatura e diversas outras linguagens artísticas dão um colorido
especial ao Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) no dia 22 de setembro, data
em que a Instituição comemora 21 anos de fundação.
Realizado
há dez anos, o Aberto do Cuca já faz parte do calendário cultural da cidade e
tem importância fundamental no processo de fomento à cultura e à arte em Feira
de Santana. “O Aberto se configura como uma oportunidade para artistas
consagrados e anônimos mostrarem seus trabalhos, já que a cidade ainda é
carente em termos de espaços, inclusive midiáticos, voltados aos segmentos
artísticos, embora tenha uma vasta produção cultural”, ressalta Rosa Eugênia
Vilas Boas, diretora do Cuca.
De
acordo com a vice-reitora da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs),
Norma Lúcia Fernandes de Almeida, além de divulgar a produção artística local,
eventos como o Aberto e a Feira do Livro, que também está acontecendo essa
semana, na Praça do Fórum, contribuem sobremaneira para formação de plateia e
de leitores.
“A
Uefs, através do Cuca e da Pró-Reitoria de Extensão, é uma grande fomentadora de
cultura. E acaba por fazer um pouco o papel que seria de outras instituições e
políticas públicas. Em todo caso, a promoção desses eventos é imprescindível
para a vida cultural do município, porque é um incentivo. A Feira do Livro, por
exemplo, já não é mais um evento da Universidade, e sim da cidade, contando com
o apoio das Secretarias de Cultura e Educação do Município e do Estado”, lembra.
Maria
das Graças Oliveira é aluna das Oficinas de Criação Artística (OCA) do Cuca
desde 2002 e não perde uma edição do Aberto. Ela salienta que a convivência diária
com a arte, além de ser uma terapia, é uma oportunidade de profissionalização.
E que a realização do evento dá aos artistas e artesãos, muitos deles também
alunos da Instituição, a oportunidade de mostrar seus trabalhos. “O evento
reúne pessoas de vários lugares em torno da arte e da cultura e isso é muito
bom para a cidade. Acho que os gestores do município precisam incentivar mais a
realização desse tipo de evento”, sugere.
Chacal
produz joias artesanais e já participou de várias edições do Aberto. Para ele,
o evento é uma vitrine para as artes. “O Cuca tem uma importância fundamental
não só para a Feira de Santana, mas para a região como um todo. E a promoção
desse evento abre um espaço privilegiado para os artesãos que não têm a
merecida visibilidade. Falta, no entanto, um maior incentivo por parte dos
políticos, para que esse evento cresça ainda mais e outros possam vir a ser
fomentados”, observa.
A
artesã Conceição Fadigas trabalha com marchetaria e outras técnicas que
utilizam móveis e caixas de madeira como suporte e, pela primeira vez, está
expondo a sua produção no Aberto do Cuca. Ela disse que se sente gratificada. “Trabalhar
com arte é sempre muito prazeroso e estar aqui hoje me dá uma satisfação muito
grande, não só pelo contato com outras manifestações artísticas, mas também
pela oportunidade de mostrar a minha arte ao outro. É um evento importantíssimo
para Feira de Santana, porque dá às pessoas a chance do contato com outros
valores, mais subjetivos e sublimes”, ressalta.
Consagrado
internacionalmente, o artista plástico argentino Jorge Galeano está radicado em
Feira de Santana há mais de 20 anos. Desde a criação do Cuca, dá aulas de
pintura na OCA. O artista sempre participou do Aberto ministrando oficinas de
pintura ao ar livre para crianças e adultos. Esse ano, ele trouxe uma novidade:
a exposição “Os mundos possíveis”, em cartaz no Museu Regional de Arte (MRA) até
o dia 21 de outubro. São 26 obras confeccionadas em acrílica sobre tela, nas
quais o artista retrata as paisagens luminosas e míticas que habitam seu mundo
interior.
“Preparei
essa exposição durante um ano, em meu ateliê, que fica numa sala localizada no
subsolo de um dos prédios que compõem o Cuca. Nessa espécie de ‘cela de monge’,
um ‘buraco’ sem janelas e sem entrada de luz natural, floresceram as paisagens
que trago dentro de mim. Juntei, na verdade, duas exposições: uma, composta por
14 telas comemorativas dos meus 25 anos de pintura em Feira, e outra formada
por 12 obras, que, em novembro, seguirão para Berna, na Suíça, para exposição
na Galerie am Gurten. Em todas elas, retomo o tema da natureza, que me é tão
caro”, explica o artista, para quem a importância do Aberto está no fato de
concentrar, democraticamente, todas as atividades artísticas da cidade.
Além
da exposição de Galeano, também está em cartaz no MRA a mostra “Neo Fovismo”,
do artista plástico Vivaldo Lima. Exposições de outros artistas plásticos
baianos também podem ser visitadas em outras dependências do Cuca. O Aberto do
Cuca encerrou suas atividades com o show do cantor e compositor baiano Raimundo
Sodré, célebre autor de “A Massa”, canção aclamada pelo público durante o
Festival MPB 80, até hoje carro-chefe do vasto e brilhante repertório do
artista.
Fonte:
Ascom/UEFS
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