Formado em Ciências Biológicas pela FTC Salvador no ano de 2007, o
diplomado Vagner Oliveira Carvalho Rigaud decidiu, dentre as inúmeras opções
que o curso oferece, seguir a área de Genética. “Sempre quis trabalhar com
genética, e esse foi também um dos motivos pelo qual escolhi a FTC, já que a
Instituição oferecia esta habilitação”, explica.
Recém-graduado, Vagner saiu da capital baiana para a cidade de São Paulo
em busca de aperfeiçoamento profissional e de olho no seu futuro. Após muitas
respostas negativas, ele conseguiu um estágio voluntário na Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e apesar das inúmeras dificuldades
por qual passou, advindas da sua escolha, destacou-se pelo seu empenho e
dedicação.
“Foi um início bem complicado. Eu ia na ‘cara de pau’ conversar com os
chefes dos laboratórios para conseguir um estágio, recebi inúmeros ‘não’ ou
simplesmente era ignorado. E mesmo após conseguir o estágio, vivenciei
situações difíceis, pois o estágio era voluntário em tempo integral, e eu não
tinha qualquer renda. Justamente em São Paulo, onde o custo de vida é bem alto.
Além disso, me sentia frequentemente sozinho, já que estava longe da família e
amigos, não conhecia praticamente ninguém e estava em uma cidade que não é
muito acolhedora, ainda mais sendo nordestino”, diz.
Reconhecimento acadêmico
Mesmo com as adversidades, o futuro reservava coisas boas para a
carreira de Vagner. Em 2009, com pouco mais de um ano de estágio na Faculdade,
o jovem ingressou no Mestrado em Biologia Molecular, oportunidade na qual, por
meio de suas pesquisas, conseguiu identificar novas mutações em um gene de
fungo que potencialmente poderiam torná-los resistentes a medicamentos.
Em seu trabalho, mostrou que uma dessas moléculas, chamada de
microRNA-1, poderia ser potencialmente utilizada para detectar precocemente o
surgimento de lesões cardíacas induzidas pela quimioterapia. Seu estudo obteve
bastante notoriedade levando-o aos Estados Unidos no final de 2015 para
apresentar seus resultados em uma seção de destaque em um dos maiores
congressos de cardiologia do mundo, no American Heart Association (AHA)
Scientific Sessions 2015, na Flórida.
“Fiquei impressionado com a magnitude do congresso, cerca de 18 mil
profissionais do mundo inteiro reunidos em um único lugar. Quando entrei no
anfiteatro que eu iria apresentar o trabalho, senti um tremendo frio na
barriga, era enorme! Naquele momento eu percebi a importância que o meu estudo
tinha alcançado”, explica.
Pós doc
Em 2016, aos 30 anos, Vagner concluiu o seu doutorado e foi selecionado
pela University of Toronto do Canadá para desenvolver um
projeto de Pós-doutoramento. Entretanto, teve a sua saída do país postergada em
decorrência da forte crise econômica vivenciada pelo Brasil.
“Trata-se de uma oportunidade incrível não somente de participar
ativamente de um estudo pioneiro que pode proporcionar um grande benefício para
os pacientes, mas também de trazer essa tecnologia de volta ao Brasil”.
Atualmente, Vagner atua como pesquisador associado na Faculdade de
Medicina da USP, onde desenvolve um projeto de pesquisa em parceria com o National
Institute of Health (NIH) dos Estados Unidos. O projeto de pesquisa
avalia a expressão dos genes (transcriptoma) envolvidos na cardiomiopatia
causada pela doença de chagas. O objetivo é entender os mecanismos
genéticos/moleculares da progressão da doença de chagas.
Com informações de Madalena de Jesus (Ascom - FTC/Feira)


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