Foto: Arquivo pessoal


Uma arte milenar que tem como objetivo preparar a mulher através de ritos religiosos para se tornarem mães, a dança do ventre foi propagada pelo mundo através dos árabes. A bailarina Lucy Shammah, que começou a prática em 1997, explica mais um pouco.” Eu fiquei fascinada desde que era criança. É uma dança  que faz adoração à deusa Isis. Surge num contexto de rituais sagrados de fertilidade. É a indicação de passagem de fase da mulher.”

Lucy, que já experimentou outras artes, como o balé, sapateado e pole dance, opina sobre o quadro atual da dança do ventre. “Hoje é mais comercial. A essência se perdeu em alguns lugares do mundo. Meu papel, como professora, é também resgatar esse arquétipo feminino. Há uma dificuldade cultural em ensinar porque muitas alunas vêm me procurar para aprender a dançar para o namorado, por exemplo. E é muito além disso. Além dos benefícios que pode proporcionar enquanto atividade física”.

Algumas das vantagens da dança do ventre consistem em consciência corporal, harmonização dos chakras, reeducação postural, alongamento, tonificação de musculatura, dentre outros.

A dança, que é composta por vibrações, impactos, ondulações e uma série de outros elementos, tem suas complexidades. Para Lucy, quando ela começou, um dos movimentos mais difíceis de aprender é o apelidado por “ovinho”. Mas os giros e as variações de shimmy têm seus enigmas. É quando começam as maiores dificuldades no aprendizado.

As fusões contemporâneas têm aparecido bastante e Lucy tem o seu ponto de vista. “Faz com que a dança do ventre se perca. A fusão acontece, mas vem ocorrendo de maneira muito intensa. É modismo e vale. Eu mantenho o meu estilo e respeito o caminho dos colegas.”

Em Feira de Santana, a professora ensina no Studio Roberta de Paula, e nos espaços Neta Queiroz e Aline Costa.



Por Laísa Melo