Entroncamento rodoviário, cidade comercial, terra mestiça, heterogênea, sem identidade cultural... Quantos rótulos essa cidade recebeu ao longo dos anos e quanto julgamento impune, pra essa “Terra de Lucas”, tão árida em manifestações artísticas, aos olhos de quase todos!

Pois bem! Há sempre uma galera que luta, pega o caminho inverso, gira na órbita contrária e, nesse início de 2014, diante de tudo que aconteceu nessa cidade no ano de 2013, o que se pode afirmar com toda certeza, é que hoje, Feira de Santana cheira a ARTE. 

Para os que insistem em ficar na turma do contra, pros desavisados, é bom dizer que aqui acontece de tudo em arte e com muita qualidade! E o mais importante: Arte acessível a todos; “free”, “0800”, entrada franca, gratuita, como se queira chamar.
Para os ainda incrédulos que preferem ficar em casa dizendo que Feira de Santana não tem nada, quero contar que aqui se assiste de Show de Rock a Recital de Piano e Poesia, gratuitamente, nos museus e teatros da cidade; aqui se faz Saraus Literários dialogando com música e dança todos os meses; aqui se toma um chá regado a discussões culturais dança e música, mensalmente também; aqui você pode freqüentar uma Budega Literária, numa livraria e discutir os mais variados temas pertinentes à arte, filosofia, etc, enquanto toma uma cervejinha ou um capuccino; aqui você tem “divas” que cantam e fazem um espetáculo de primeira; aqui você tem um “mestre do reggae”, completando 40 anos de carreira e ousando em inovar com show acústico, música erudita; aqui você tem banda de blues com trabalho autoral, comemorando quinze anos de carreira; aqui você encontra mestres em literatura; mestres em fotografia; mestres em artes plásticas; musicistas de primeira qualidade e cantores de todos os gêneros; bandas irreverentes e com trabalho erudito... Ufa! É tanta coisa que não caberia nesse texto, mas tudo isso e muito mais foi oferecido gratuitamente ao público que não ficou em casa, queixando-se da falta de opções.

Que todo esse ritmo e intimidade com cultura e arte, permaneçam e sejam ampliados em 2014 que a nossa poesia invada cada vez mais as ruas e se sobreponha à “miséria humana estampada nas esquinas”!

LIA SENA