Demandado em duas
Conferências, o Conselho de Comunicação de Social da Bahia nasceu do esforço e
da compreensão dos movimentos sociais, de segmentos empresariais e da decisão
do governo da Bahia de alçar a área de comunicação à condição de política
pública. O Conselho é um fórum, onde a sociedade lá representada, imersa em sua
pluralidade, discute e elabora diretrizes para as ações governamentais neste
setor.
Na véspera de eleger seu
novo colegiado, o Conselho de Comunicação tem à frente antigos e novos
desafios. De um lado, é preciso avançar na sua missão de produzir políticas,
para uma área que ainda não é compreendida como serviço público, o senso comum
enxerga a comunicação apenas na sua dimensão de notícias e propaganda e não
como um direito humano ou como uma atividade econômica. Por outro lado, faz-se
necessária exercer uma conexão, mais intensa, com a nova realidade de
comportamentos e hábitos de uso e de consumo da informação, de uma nova
comunicabilidade e uma nova sociabilidade, provocadas pela revolução
tecnológica em curso.
É importante registrar que
grande parte das políticas públicas para a Comunicação Social é de competência
do governo federal e do Congresso Nacional. Entretanto, a existência de um
Conselho de Comunicação na Bahia, além de ter sua agenda própria, com foco
regional, materializa também o conceito de federação, pois o que é decidido em
Brasília repercute na vida das pessoas e nas comunidades onde elas moram. Sendo
assim, o Conselho serve ainda de paradigma para estados e municípios.
Nesse primeiro mandato do
Conselho, destacamos o seu funcionamento regular, a partir da elaboração do seu
regimento interno e o enfoque dado ao eixo da democratização da comunicação.
Conseguimos realizar uma série de debates Diálogos de Comunicação, onde
renomados especialistas nacionais colaboraram com a discussão acerca de pontos
sensíveis do setor no estado e no país, a exemplo da inclusão digital, da banda
larga, do audiovisual e radiodifusão, entre tantos outros.
As realizações foram
proporcionais ao estágio organizativo e de mobilização dos segmentos sociais e
empresariais envolvidos, que compõem a área de comunicação no estado. Tivemos
inéditas rodadas de negócios entre o mercado e o setor audiovisual, com criação
de grupos de trabalho permanentes para atender às demandas de empresários e do
movimento social. Propiciamos a oferta de qualificação profissional para 350
profissionais da comunicação, entre eles radialistas, jornalistas, produtores e
cineastas. Apoiamos e capitaneamos programas formativos para comunicadores
comunitários e também está em curso uma proposta para ajudar o funcionamento
desse segmento. Numa parceria com o Ministério da Justiça, promovemos em forma
de audiência pública o debate sobre classificação indicativa na TV brasileira.
Com as ações, conseguimos
construir uma ponte que busca viabilizar o acesso da sociedade à comunicação.
E, por debaixo dela, deságua inúmeros frutos da parceria entre governo estadual
e agentes sociais.
Neste momento, o primeiro
estado a realizar Conferência de Comunicação no Brasil, o primeiro a implantar
o Conselho de Comunicação Social, realiza o primeiro Fórum Baiano de
Comunicação e Democracia. Um evento gratuito, aberto à participação
popular, gestado no colegiado do Conselho e que tem a missão de aprofundar
questões iniciadas no atual governo e propor novas perspectivas para seguirmos
adiante.
Precisamos dar sequência a
esses primeiros passos, já iniciados. Esse é o desafio posto, após quebrarmos o
preconceito e o tabu, fazendo sentar na mesma mesa, lado a lado, empresários,
movimentos sociais e governo, de forma profícua, durante dois anos. Fato que
por si só já é um avanço e tanto, mas temos a consciência de que é necessário
ampliar esses espaços de discussões para a plena liberdade de expressão e de
imprensa e para garantir a diversidade e qualidade da informação. Embalados por
este sonho de uma comunicação democrática e participativa, vamos em frente!
Robinson Almeida -
secretário de Comunicação Social e presidente do Conselho Estadual de
Comunicação Social
Fonte: Agecom Bahia


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